Boris Johnson garante que tentou “minimizar a perda de vidas” no início da pandemia

Boris Johnson garante que tentou “minimizar a perda de vidas” no início da pandemia

Na sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro na Câmara dos Comuns, Johnson respondeu às revelações devastadoras de Cummings, que hoje acusou deputados, ministros, conselheiros e funcionários de falharem “desastrosamente em cumprir os padrões que os cidadãos têm direito esperar” deles.

“Gerir a pandemia foi uma das coisas mais difíceis que este país teve de fazer” e “nenhuma decisão foi fácil”, respondeu o primeiro-ministro quando questionado pelo líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, sobre as críticas do ex-assessor.

“Ficar em confinamento foi traumático para este país, lidar com uma pandemia desta dimensão tem sido tremendamente difícil e, em todos os momentos, tentámos minimizar a perda de vidas”, acrescentou Johnson.

Instado pelo líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) no parlamento, Ian Blackford, a pedir desculpa e assumir os erros cometidos pelo Governo, Boris Johnson acedeu.

“Assumo total responsabilidade por tudo o que aconteceu. Lamento sinceramente o sofrimento que o povo deste país experimentou. Mas o Governo sempre agiu com o intuito de salvar vidas, proteger o NHS [serviço público de saúde] e de acordo com os melhores pareceres científicos”, vincou.

Johnson negou ter minimizado a dimensão da crise sanitária no início ou ter sido “complacente”, e desmentiu que o anterior chefe dos serviços civis Mark Sedwill lhe tivesse manifestado falta de confiança no ministro da Saúde, Matt Hancock.

No seu testemunho, Cummings disse que Hancock deveria “ter sido demitido por pelo menos 15-20 coisas”, incluindo “mentir”.

O ex-assessor comparece desde as 08:30 perante as comissões parlamentares no Parlamento britânico que analisam a gestão da crise sanitária.

O Reino Unido é o país da Europa mais afetado pela pandemia de SARS-CoV-2, contabilizando até ao momento quase 128 mil mortos.

LUSA/HN

Enfermeiro português recebido por Boris Johnson

Enfermeiro português recebido por Boris Johnson

Um porta-voz do primeiro-ministro confirmou à agência Lusa que Pitarma participou na receção na residência oficial de Downing Street, juntamente com a enfermeira neo-zelandesa Jenny McGee e os dois médicos Nick Price e Nick Hart, além de outras pessoas.

Os quatro podem ser vistos em imagens partilhadas na conta oficial de Boris Johnson na rede social Twitter, que mostram o português e a colega a rirem junto ao primeiro-ministro.

Os quatro profissionais de saúde foram destacados por Boris Johnson em 12 de abril após receber alta do hospital onde esteve internado uma semana devido a complicações relacionadas com uma infeção com Covid-19.

O primeiro-ministro escolheu depois “Nicholas” como um dos nomes do filho que nasceu duas semanas mais tarde, em memória aos dois médicos britânicos que o trataram, e cujo primeiro nome também é Nicholas (Nick é um diminutivo).

Numa declaração feita na ocasião, Johnson disse ter comemorado com funcionários do Hospital St Thomas, que lhe salvaram a vida.

A efeméride foi marcada com um aplauso nacional, à semelhança da iniciativa registada durante março e abril em honra dos profissionais de saúde e outros trabalhadores de serviços críticos que continuaram a trabalhar durante o confinamento no Reino Unido.

O Reino Unido registou até domingo 44.220 mortes (em 285.416 casos de contágio) durante a pandemia Covid-19, o número mais alto na Europa e o terceiro maior no mundo, atrás dos EUA e Brasil.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 531 mil mortos e infetou mais de 11,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

LUSA/HN