29/08/2022
O estudo aponta que o consumo habitual de AINE está associado, a curto prazo, a uma primeira hospitalização por insuficiência cardíaca em pacientes com diabetes tipo 2.
O responsável pela investigação, Anders Holt, do Hospital Universitário de Copenhaga (Dinamarca), garantiu que “um em cada seis pacientes com diabetes tipo 2 solicitou, pelo menos, uma prescrição de AINE num ano”.
O uso de AINE já foi associado a um maior risco de insuficiência cardíaca na população em geral, mas os pacientes com diabetes tipo 2 têm duas vezes mais probabilidades de desenvolver insuficiência cardíaca, pelo que os AINE “podem ser ainda mais prejudiciais nesse grupo de risco”.
O estudo acompanhou 331.189 pacientes com diabetes tipo 2 durante quase seis anos e revelou que 16% da amostra solicitou, pelo menos, uma prescrição de AINE, enquanto 3% pediu, pelo menos, três prescrições.
Durante a investigação, um total de 23.308 pacientes foram hospitalizados com insuficiência cardíaca, pela primeira vez.
O ibuprofeno foi utilizado por 12,2% dos pacientes, seguido do diclofenaco, usado por 3,3% e o naproxeno em 0,9%. O celecoxib foi utilizado por 0,4%.
No estudo, foram excluídos os pacientes que já sofrem de insuficiência cardíaca ou que possuam uma condição reumatológica que obrigue ao uso prolongado de AINE.
Anders Holt destacou que os dados sobre o uso de anti-infamatórios não esteroides de venda livre não foram incluídos na investigação, no entanto, assegurou que é um facto preocupante.
“Não podemos concluir que os AINE causam problemas cardíacos, mas os resultados sugerem que um potencial aumento do risco de insuficiência cardíaca deve ser tido em consideração ao usar esses medicamentos”, concluiu.
LUSA/HN
08/07/2020
“Muitos pacientes têm dificuldade em dormir após a cirurgia de bypass cardíaco”, referiu o autor do estudo, Hady Atef, da Universidade do Cairo, no Egipto. “Quando o problema persiste mais de seis meses, o estado do coração piora e há o risco de os pacientes terem de repetir a operação. É, portanto, da maior importância encontrar formas de melhorar o sono após a cirurgia de bypass”.
Estudos anteriores, que analisaram o efeito do exercício no sono após a cirurgia de bypass, falharam na avaliação simultânea do seu impacto na capacidade funcional dos doentes (a capacidade para realizar as atividades habituais), que frequentemente declina após a cirurgia.
Este estudo investigou o efeito do exercício sobre o sono e sobre a capacidade funcional dos doentes. Envolveu 80 pacientes com idades compreendidas entre os 45 e os 65 anos que registaram perturbações do sono seis semanas após a cirurgia de bypass cardíaco e que também tiveram uma capacidade funcional reduzida.
Foram realizadas três medições de base. Primeiro, um teste de caminhada de seis minutos, para medir a distância que os pacientes são capazes de percortrer em seis minutos numa superfície dura e plana. Esta é uma forma validada de avaliar a capacidade funcional. Em segundo lugar, os participantes preencheram o questionário “Pittsburgh sleep quality index” (PSQI) sobre problemas do sono. Em terceiro lugar, usaram um relógio de atigrafia durante 96 horas para monitorizar o descanso e a atividade. Muitos destes pacientes têm dificuldade em permanecer acordados durante o dia, mas têm insónias à noite – o atígrafo capta ambos os problemas.
Os pacientes foram então distribuídos aleatoriamente em dois grupos, com o objetivo de realizarem exercício físico: exercício aeróbico ou uma combinação de exercício aeróbico e exercício de resistência. Ambos os grupos realizaram 30 sessões de exercício, durante a manhã, num período de 10 semanas. Durante as sessões de exercício aeróbico, os participantes caminharam numa passadeira durante 30 a 45 minutos. Nas sessões de exercício aeróbico e de resistência, os participantes caminharam numa passadeira durante 30 a 45 minutos e fizeram “circuit weight training” (uma forma leve de exercícios de resistência).
Após semanas, os doentes completaram novamente as três avaliações: o teste de caminhada de seis minutos, o questionário PSQI, e o uso do relógio de atigrafia durante 96 horas. Os investigadores procederam então à comparação das alterações nas capacidades de sono e funcionais em ambos os grupos.
Os resultados revelaram que ambos os programas de exercício (exercício aeróbico e exercício combinado aeróbico/resistência) melhoraram o sono e a capacidade funcional durante as 10 semanas. Mas o exercício aeróbico isolado foi muito mais benéfico para o sono e a capacidade funcional do que o programa combinado.
Estudos prévios sobre o sono utilizaram o questionário PSQI ou um atigrafo. Um ponto forte deste estudo consistiu na utilização de ambos os métodos de avaliação, fornecendo assim uma imagem completa das perturbações do sono. Em conjunto, estas medições mostraram que o exercício ajudou os pacientes a adormecer e a dormir mais profundamente.
“A nossa recomendação para os pacientes com dificuldades para dormir e para realizar as suas atividades habituais é que façam apenas exercício aeróbico”, referiu Hady Atef. “Pensamos que o exercício de resistência requer um elevado nível de esforço para estes pacientes. Isso pode induzir a libertação de hormonas do stresse que afetam negativamente o sono”.
“Exercício aeróbico significa atividade física que não requer um nível de esforço muito elevado”, explicou. “Escolha uma atividade de que goste como, por exemplo, caminhar, andar de bicicleta ou nadar. Faça-o durante 30 a 45 minutos, de manhã, porque a investigação mostra que isso liberta a hormona melatonina que nos ajuda a dormir bem à noite”.
NR/HN/Adelaide Oliveira
23/06/2020
Pela mão de Rui Campante Teles, médico que presidirá ao Comité de Treino e Certificação, o cardiologista de intervenção é um dos primeiros portugueses a assumir a coordenação de uma das áreas da EAPCI. É neste sentido que Eduardo Infante de Oliveira garante que a sua principal missão neste mandato é promover “ações de formação com conteúdos e formatos dirigidos aos jovens em formação e dar voz aos jovens cardiologistas de intervenção, levando as suas sugestões e ideias frescas a influenciar o futuro da associação”.
Sem esquecer a área da formação e o contexto atual de pandemia, Eduardo Infante de Oliveira afirma que quer manter o curso para internos e jovens especialistas em formação que antecede o Congresso anual da ESC. Para o cardiologista é essencial reforçar a área com “formatos não presenciais que permitam fazer chegar esta formação durante esta crise pandémica, tendo até potencial para se tornar uma oportunidade, aumentando as audiências e criando formatos mais atrativos”.
O especialista acrescenta que a sua chegada representa uma “mudança política” dentro do Comité. Eduardo Infante de Oliveira defende, por isso, um novo modelo que permita “aproveitar a experiência de quem já está noutra fase da carreira para proporcionar oportunidades mais consistentes a quem enfrenta o difícil desafio de construir uma carreira”.
O cardiologista destaca a importância de “estimular o contacto entre jovens cardiologistas de intervenção de forma a partilharem casos clínicos, conteúdos pedagógicos e darem os primeiros passos em iniciativas de investigação multicêntricas”, sublinhando que pretende ainda “promover este networking através das redes sociais, evitando o formalismo dos antigos métodos e estimulando a criatividade da nova geração”.
PR/HN/ Vaishaly Camões
14/05/2020
O Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), o maior evento cardiovascular do mundo, vai decorrer on-line pela primeira vez nos seus 70 anos de história.
Com o lema “Challenging Times, Infinite Possibilities”, o evento terá lugar entre 29 de agosto e 1 de setembro próximos.
Este evento on-line promete ser especial. A ESC está a criar uma experiência digital para disseminar a ciência cardiovascular nos formatos mais envolventes possíveis, com a presença de líderes de opinião do mundo inteiro.
Uma pequena amostra do que vai acontecer:
Apresentação das experiências, em primeira mão, de grandes especialistas de todo o mundo; Sessões sobre ensaios clínicos, revelando os resultados clínicos mais esperados; Novas pesquisas apresentadas em “resumos” que cobrem todas as áreas da ciência cardiovascular; Líderes de opinião que explicam como as mais recentes pesquisas afetam a prática; Novas guidelines de Prática Clínica da ESC, introduzidas e discutidas por quem as escreveu.
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