Politécnico da Guarda lança debate sobre o uso excessivo de ‘smartphones’

Politécnico da Guarda lança debate sobre o uso excessivo de ‘smartphones’

A conferência e as várias atividades lúdicas com o tema “Desconecta-te – Dependências Tecnológicas e Saúde Mental” estão a ser preparadas por estudantes do mestrado em Marketing e Comunicação do IPG, no âmbito do projeto “Desejar – Comunicar – Agir”, cujo objetivo é promover a saúde mental na academia.

A iniciativa começa pelas 09:00 e inclui uma conferência, a realizar durante a manhã, no auditório dos Serviços Centrais do IPG, composta por dois painéis.

O primeiro painel, dedicado à saúde, será moderado pelo diretor do Centro de Respostas Integradas da Guarda, Rui Correia, e contará com a participação da psicóloga Patrícia Monteiro e do oftalmologista Henrique Fernandes.

Já o painel sobre tecnologia, com moderação de Pedro Pinto, técnico superior de informática e coordenador de cibersegurança do IPG, irá contar com as intervenções de Micael Costa (empresa LOBA) e de Rui Patarrana (consultora Marco Gouveia).

No âmbito do programa, durante a tarde haverá diversas ações ao ar livre, como um piquenique, jogos tradicionais e atividades de equipa para melhorar as relações sociais.

O objetivo destes exercícios, que contam com o apoio da Associação de Jogos Tradicionais da Guarda e dos estudantes da licenciatura em Desporto, Condição Física e Saúde do IPG, “passa por promover o convívio dos participantes sem recorrer à tecnologia”, referiu o IPG.

“Em contexto de aula percebemos que muitos colegas têm a consciência de que passam demasiado tempo nas redes sociais através dos seus ‘smartphones’, sendo que muitos sentem já a necessidade de recorrer a aplicações que limitam o seu tempo de utilização”, afirmou Cristina Castro, técnica na Unidade do IPG para o Desenvolvimento do Interior.

Segundo aquela responsável, “dado que esta é uma situação transversal na sociedade”, foi decidido “realizar este encontro para alertar para este problema e, ao mesmo tempo, incentivar o convívio”.

“O Politécnico da Guarda tem tido a constante preocupação de desenvolver iniciativas que vão ao encontro das necessidades da nossa sociedade, neste caso alertando para a importância da saúde mental que tem vindo a agravar-se desde os confinamentos impostos pela pandemia da Covid-19”, referiu Joaquim Brigas, presidente do IPG.

E concluiu: “Queremos estimular a interação social na comunidade académica, promovendo uma partilha de experiências entre estudantes, docentes e não docentes”.

Os interessados em participar na iniciativa poderão inscrever-se através do ‘site’ do Politécnico da Guarda.

LUSA/HN

OMS alerta para riscos da Inteligência Artificial na saúde

OMS alerta para riscos da Inteligência Artificial na saúde

A agência da ONU pede “cautela” com o uso de plataformas como o ChatGPT, Bard ou Bert “que imitam a compreensão, o processamento e a produção da comunicação humana”.

Segundo a OMS, as chamadas ferramentas de modelos de linguagem (LLM, large language models), geradas por IA, podem “representar riscos para o bem-estar humano e para a saúde pública”.

Os especialistas da OMS consideram que a rápida e ampla difusão das LLM e o crescente uso experimental para fins relacionados com a saúde não está a ser acompanhado por mecanismos de controlo, destaca uma publicação no portal ONU News.

Entre os mecanismos de controlo referidos estão a adesão das plataformas de inteligência artificial a valores como transparência, inclusão, supervisão especializada ou avaliação rigorosa.

“A OMS reconhece que o uso apropriado de tecnologias, incluindo LLM, pode contribuir para apoiar profissionais de saúde, pacientes, pesquisadores e cientistas”, destaca ainda.

As novas plataformas podem ser “uma ferramenta de apoio às decisões médicas e aumentar a capacidade de diagnóstico em ambientes com poucos recursos”, mas o foco “deve estar em proteger a saúde das pessoas e reduzir a desigualdade”, acrescenta.

Apesar dos benefícios, esta agência destaca os “riscos associados” ao uso destas ferramentas para melhorar o acesso a informações de saúde, defendendo que “precisam de ser avaliados cuidadosamente”.

“A adoção precipitada de sistemas não testados pode levar a erros por parte dos profissionais de saúde, causar danos aos pacientes e minar a confiança na Inteligência Artificial e em tecnologias futuras”, alerta.

Os dados utilizados para treinar a inteligência artificial podem ser tendenciosos, gerando informações falsas ou imprecisas que podem representar riscos à saúde, à equidade e à inclusão, aponta também.

Para enfrentar essas situações, a OMS propõe que as autoridades de cada país analisem os benefícios da Inteligência Artificial para fins de saúde antes de generalizar o seu uso.

Nesse sentido, a organização identificou seis princípios fundamentais que devem reger: a proteção da autonomia dos profissionais, a promoção do bem-estar humano, as garantias de transparência, a promoção da responsabilidade, a inclusão e a promoção da Inteligência Artificial.

LUSA/HN

“Inovação e Oncologia, Qual o futuro?” é o projeto vencedor do ASAP Challenge

“Inovação e Oncologia, Qual o futuro?” é o projeto vencedor do ASAP Challenge

“Inovação e Oncologia, Qual o futuro?” é o nome do projeto vencedor, que junta estudantes de Medicina, Farmácia, Direito, Engenharia e Economia & Gestão, de instituições de ensino superior de Coimbra, Lisboa, Minho e Porto. O projeto desenvolvido na maratona criativa tem como propósito agilizar o processo de decisão de financiamento de tecnologias de saúde, na área da Oncologia, um processo que, atualmente, demora em média 753 dias.

Reconhecido como a solução mais inovadora por parte do júri da iniciativa, o projeto destacou-se pela combinação de diferentes abordagens que pretendem acelerar e tornar o acesso à inovação mais equitativo.

Numa primeira fase, é proposta a centralização da avaliação técnica na Agência Europeia do Medicamento (EMA) para medicamentos oncológicos inovadores, destinados ao cancro com elevada incidência e elevada taxa de mortalidade.

É sugerida a criação de um novo Programa de Acesso Antecipado à Inovação (PAAI), pré decisão de financiamento para um acesso mais célere dos doentes, financiado pela indústria farmacêutica, e de um Fundo de Inovação terapêutica (FIT), que acompanha a introdução dessas novas terapias oncológicas em contexto hospitalar, com verbas estatais, europeias e donativos, gerido pelo consórcio Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (CNFT) – INFARMED, assegurando a equidade de acesso após pedido efetuado pelas Comissões de Farmácia e Terapêutica.

A integração destas estratégias garante um acesso mais célere, garantindo maior eficácia no tratamento da doença, mais anos com qualidade de vida para os doentes, diminuindo a incapacidade por doença através do tratamento mais precoce, com os respetivos ganhos socioeconómicos.

A equipa propõe recorrer a sistemas de informação com monitorização de indicadores clínicos e de qualidade de vida dos doentes, obtidos durante o PAAI. Estes poderiam suportar Bundle Payments na fase de negociação.

Portanto, o projeto vencedor, desenvolvido por estudantes da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e da NOVA School of LAW, propõe combinar estratégias que pretendem aumentar o acesso às novas terapias oncológicas de forma equitativa nos hospitais, sem necessidade de decisão prévia por parte do INFARMED, aumentando o número de anos com qualidade de vida para o doente e diminuindo a incapacidade por doença pela possibilidade de tratamento nas fases iniciais, que resultam em ganhos socioeconómicos.

Os projetos submetidos no âmbito do “ASAP Challenge” foram avaliados por: Daniela Seixas, CEO da TonicApp, Francisco Ramos, professor associado convidado do Departamento de Ciências Sociais em Saúde da ENSP-NOVA, Leonor Ribeiro, médica oncologista e membro da direção da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Paula Martins de Jesus, diretora médica da MSD Portugal, Ricardo Baptista Leite, deputado à Assembleia da República, Sara Cerdas, deputada ao Parlamento Europeu, e Vítor Veloso, médico oncologista e secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

O júri atribuiu o segundo lugar ao projeto “Contagem Regressiva”, que defende a disponibilização das terapias inovadoras em centros de referência, após a aprovação da EMA, bem como a criação de uma plataforma nacional de monitorização dos resultados e complicações dos doentes decorrentes da terapêutica instituída, para negociação final dos valores da terapêutica com a indústria farmacêutica.

PR/HN/RA

HEALTH4ALL: uma alternativa ao SNS 24 para aliviar os doentes e o Serviço Nacional de Saúde

HEALTH4ALL: uma alternativa ao SNS 24 para aliviar os doentes e o Serviço Nacional de Saúde

“No protótipo que já me mostraram, um mapa indica o hospital ou centro de saúde mais próximo.” Este é o HEALTH4ALL, que Ricardo Silva espera apresentar em breve aos portugueses. “Não é concorrência ao SNS 24. É para ser uma alternativa e um complemento. É para ser uma ajuda para as pessoas que precisam”, esclarece o enfermeiro.

HealthNews (HN)- O que é o HEALTH4ALL? Como funciona e com que objetivo foi criado?

Ricardo Silva (RS)- Eu trabalhei cerca de três anos no SNS 24, na altura da pandemia de Covid-19. Trabalhava em casa, a fazer atendimento de chamadas. Aquilo era de loucos. Nós não conseguíamos dar resposta às necessidades das pessoas. Havia períodos com muitas chamadas em espera. As pessoas estavam horas e horas à espera. Então, em dezembro, surgiu-me a ideia: porque não criar um serviço alternativo ao SNS24? Inicialmente, a ideia era ser também por atendimento de chamadas – muito parecido ao SNS24. Criei cerca de 50 algoritmos para cada sintoma, baseados na minha experiência profissional (sou enfermeiro há 13 anos, com experiência na Saúde 24 e na investigação).

Já tive uma reunião com a bastonária da Ordem dos Enfermeiros. Foi incrível. Ela ficou muito entusiasmada e contente com esta iniciativa e aconselhou-me a tentar criar um grupo de validação dos algoritmos que eu fiz. Então, no espaço de uma hora, arranjei três médicos e sete enfermeiros especialistas para me fazerem a validação dos algoritmos. 

Foi um trabalho árduo. Mandei muitos emails, muitos telefonemas, muitas reuniões com empresas de software, de desenvolvimento deste tipo de sistemas, e pensei assim: fazer uma coisa igual Saúde 24, se calhar, não vale a pena; e se fizer uma coisa mais prática, mais atual, mais futurista? Então, lembrei-me dos telemóveis e das aplicações. Foi numa altura em que começaram a surgir muitas notícias sobre inteligência artificial. Aconselhei-me, e encontrei esta empresa que se tornou minha parceira, que é a INDICO Innovation, que desenvolve softwares. Marquei uma reunião com eles para expor as minhas ideias, explicar os algoritmos, a triagem, o encaminhamento, o aconselhamento, e perguntei-lhes se era possível fazer isto utilizando a inteligência artificial – portanto, um robô fazer as perguntas e a pessoa responder. Eles disseram-me que sim.

Iniciou-se aí a parceria, em fevereiro. Já tive acesso ao primeiro protótipo da aplicação. Não podia pedir melhor. Estamos a evoluir aos poucos. É bom acompanhar este progresso e saber que esta ideia tem futuro. Neste momento, estou a tentar arranjar parceiros na área da saúde, parcerias com instituições de renome em Portugal. Já consegui fazer uma parceria com a ESEP, onde tirei o curso de Enfermagem; consegui o apoio do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses; e a reunião com a bastonária foi para conseguir o apoio da Ordem. A aplicação, tendo o apoio destas instituições, terá possivelmente outra viabilidade.

Tenho mandado vários emails para outro tipo de empresas – não só da área da saúde, mas também das telecomunicações. Contactei, por exemplo, a Wells, porque nós temos autonomia, neste projeto, para prescrever medicação de venda livre nas farmácias. Sintomas mais ligeiros podem ser resolvidos sem ser necessário ir à urgência do hospital ou ao centro de saúde.

Não existe nada disto em Portugal. A ideia é chegar às pessoas, é tentar fazer com que o robô que está do outro lado faça sentir que se está a falar com um profissional de saúde.

HN- O contacto será exclusivamente com o robô?

RS- Não. Inicialmente, vamos testar. Vamos ter uma linha de apoio técnico, que será gerida por mim no início, no caso de as pessoas terem dúvidas. Não é para fazer a triagem, porque essa será feita pela aplicação; mas, se a pessoa tiver uma dúvida e estiver aflita, vai poder ligar, num determinado horário porque trabalho no hospital de Gaia. Portanto, vai haver um chat onde as pessoas podem esclarecer dúvidas. O foco principal será sempre a triagem, o aconselhamento e o encaminhamento, quer seja cuidados de saúde em casa, quer seja para centro de saúde ou urgência hospitalar. No protótipo que já me mostraram, um mapa indica o hospital ou centro de saúde mais próximo.

Têm sido dias de muitas reuniões, de muitos contactos; mas, finalmente, já estou a ver resultados, e é motivador.

A aplicação vai ser gratuita.

HN- Quais são as grandes vantagens para o sistema de saúde e para os utentes?

RS- As grandes vantagens são: tempo de espera muito mais reduzido; as urgências dos hospitais vão estar menos entupidas e o fluxo nos centros de saúde também diminuirá. Muitas vezes as pessoas não sabem… E eu compreendo. Eu sou profissional e sei distinguir o que é grave do que não é grave, se é preciso ir ao hospital ou não; mas as pessoas comuns não sabem e ficam preocupadas com as coisas. Esta ferramenta vai dar esta resposta, vai dar esta solução mais imediata. E pode-se aceder em qualquer lado.

HN- O que é que espera alcançar este ano?

RS- Antes de mais, ter a aplicação pronta. Eu não estabeleci timelines, mas acredito que em abril/maio já esteja operacional, se tudo correr bem. Vai ter de haver muita divulgação. Também estou a tratar da parte de publicidade e marketing. A parceria que fiz também vai ajudar nesse sentido. Espero que isto seja falado e que as pessoas adiram.

HN- É complementar, então, ao SNS 24.

R- É isso. Não é concorrência ao SNS 24. É para ser uma alternativa e um complemento. É para ser uma ajuda para as pessoas que precisam.

Entrevista de Rita Antunes

 

Congresso tecnológico da área de saúde Tec2Med regressa para a quarta edição

Congresso tecnológico da área de saúde Tec2Med regressa para a quarta edição

O congresso Tec2Med apresenta mais de 30 workshops certificados, desde impressão e modulação 3D a robótica, liderado pela FCT NOVA e parceiros como o Instituto de Higiene e Medicina Tropical ou o Institute For Systems and Robotics. O programa inclui uma competição em parceria com a CUF, dois debates, uma mesa-redonda de empreendedorismo em saúde, 40 instituições presentes em networking, incluindo empresas e laboratórios líderes em diferentes áreas de tecnologia e inovação, e keynote lectures e masterclasses com oradores de oito países.

Entre os oradores convidados, destaque para o ex-astronauta e cirurgião de tripulação da NASA, Jonathan Clark, atualmente consultor para a Space X e a Virgin Galactic; Alexander Seifalian, reconhecido especialista em medicina regenerativa e engenharia de tecidos, diretor científico da Liberum Health; Conor Mcguinn, o investigador de robótica que criou a Akara Robotics e está a revolucionar mundialmente os hospitais com robôs que realizam automaticamente a higienização das salas cirúrgicas; ou Joel Júnior, o engenheiro mecânico brasileiro que, após perder o filho, decidiu criar uma tecnologia disruptiva que procura impedir que outros pais passem pelo mesmo.

“O Tec2Med Summit foi fundado em 2019 por quatro estudantes da FCT NOVA decididos a investirem no seu país e apaixonados pela possibilidade de inspirarem toda a sociedade a construir em conjunto um novo futuro para a Saúde”, reflete a organização do evento. “Desde então que o congresso é organizado anualmente por dezenas de estudantes e alumni da NOVA de vários cursos, apoiados por estudantes de outras universidades, que abraçaram essa mesma missão. Acreditamos que através da partilha multidisciplinar de conhecimentos poderemos construir melhores serviços de saúde em Portugal.”

A quarta edição do congresso tem o apoio da Johnson&Johnson, Next Big Idea, CUF, Accenture, Magma, Lilly, Lab2Market, CardioID Technologies, 3D Ways, DataHow, INESCTEC, American Corners Portugal, Biblioteca da FCT NOVA, a Proteomass, entre e outras instituições nacionais e internacionais.

Mais informação e inscrições em https://tec2medsummit.org/.

PR/HN/RA