Lançada primeira pedra de novo edifício de pediatria no maior hospital timorense

Lançada primeira pedra de novo edifício de pediatria no maior hospital timorense

“Esta é uma iniciativa importante, histórica, desenvolvida pelo Ministério da Saúde, no quadro da sua visão de futuro e que integra o Plano Mestre do HNGV e Hospital de Lahane”, disse Taur Matan Ruak na cerimónia que decorreu em Díli.

“É um passo fundamental para modernizar as nossas infraestruturas de saúde”, sublinhou, referindo que as condições do hospital continuam a não ser as adequadas nem para pacientes nem para os profissionais de saúde que ali trabalham.

A obra, que tem um prazo de construção de dois anos e um custo total de 9,34 milhões de dólares (8,6 milhões de euros), foi adjudicada à China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC), vencedora de um concurso público internacional.

Taur Matan Ruak disse que quando assumiu funções não concordou com a proposta inicial de desenho do novo edifício, tendo solicitado alterações antes do lançamento do concurso, concluídas a tempo de que a obra arranque ainda antes do final do mandato do atual executivo.

Odete Belo, ministra da Saúde, explicou que o novo espaço terá 327 camas e entre 80 e 160 profissionais de saúde.

Recorde-se que em abril de 2022 o Conselho de Ministros aprovou a abertura do concurso público internacional para a obra, antecipando um período de construção de dois anos, mais um de garantia dos defeitos.

Foram recebidas seis propostas, com a Agência de Desenvolvimento Nacional (ADN) a adjudicar a obra à China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC), com um orçamento total de 9,34 milhões de dólares.

O contrato foi assinado a 09 de novembro entre a CCECC e o Ministério da Saúde, com a empresa a tomar posse do espaço a 16 de janeiro deste ano.

LUSA/HN

Timor-Leste entre países abrangidos por alerta da OMS para “riscos potenciais” de xarope para a tosse contaminado

Timor-Leste entre países abrangidos por alerta da OMS para “riscos potenciais” de xarope para a tosse contaminado

Numa declaração distribuída na segunda-feira, a OMS refere que além da Indonésia, Gâmbia e Uzbequistão, onde se registaram os óbitos, sobretudo de crianças, há mais quatro países – Timor-Leste, Filipinas, Senegal e Camboja -, em que apesar de não haver provas da presença dos xaropes contaminados verificam-se “riscos potenciais” disso se verificar.

Perante a proliferação de casos, a OMS apelou na segunda-feira à comunidade internacional para que aumente os esforços de deteção e eliminação daquele tipo de produtos contaminados.

Os xaropes contaminados continham altos níveis de dietilenoglicol e etileno glicol, produtos químicos tóxicos regularmente usados ​​como solventes industriais e agentes anticongelantes que podem ser fatais mesmo se ingeridos em pequenas quantidades, impossibilitando o uso farmacêutico.

A OMS emitiu três alertas sobre xaropes contaminados deste tipo: primeiro em outubro, quando foram encontrados na Gâmbia (onde se acredita terem causado pelo menos 70 mortes), no mês seguinte outro para a Indonésia (com cerca de 200 mortes) e este mês no Uzbequistão, onde pelo menos 21 mortes foram registadas.

A maioria das vítimas são crianças com menos de cinco anos, alertou a agência da ONU com sede em Genebra.

Os alertas, que foram também enviados aos demais 194 países membros da OMS, recomendam a retirada desses xaropes contaminados caso sejam encontrados noutros mercados, o aumento das medidas de fiscalização e notificação imediata à agência internacional caso novos casos sejam constatados.

O alerta para a Gâmbia incidiu sobre os xaropes produzidos pelo laboratório indiano Maiden Pharmaceuticals, o do Uzbequistão para produtos similares da também indiana Marion Biotech, e o da Indonésia referente a produtos fabricados localmente, a maior parte deles pela empresa PT Afi Farma.

LUSA/HN

OMS regista queda da incidência da tuberculose em Timor-Leste, melhorias na testagem

OMS regista queda da incidência da tuberculose em Timor-Leste, melhorias na testagem

Segundo o relatório, depois de vários anos com a incidência estagnada em cerca de 498 casos por 100 mil habitantes, registou-se em 2021 uma queda de 2,4% para 486 casos por 100 mil habitantes.

“As conclusões do relatório Global de Tuberculose são encorajadoras, mas precisamos definitivamente de nos esforçar mais para alcançar o objetivo de acabar completamente com a tuberculose e encontrar os casos de tuberculose desaparecidos através de uma abordagem integrada da prestação de serviços de saúde”, disse a ministra da Saúde de Timor-Leste, Odete Maria Freitas Belo.

“A pandemia proporcionou-nos várias oportunidades de capacitação e de melhoria das nossas intervenções nas bases. Juntamente com a Saúde na Família, estas aprendizagens terão um impacto positivo na tuberculose e noutras questões de saúde pública num futuro próximo”, disse.

Entre outros dados positivos, e segundo a nota, Timor-Leste “registou uma taxa de sucesso de 91% no tratamento da tuberculose com a cobertura de testes com a utilização de diagnósticos rápidos no momento do diagnóstico a melhorar para 32%”.

Em comparação, a taxa de sucesso do tratamento em 2019 era de 88% e a cobertura dos testes situou-se em 11%.

“Para combater a tuberculose, o país realizou várias intervenções, incluindo deteção precoce, tratamento precoce e introdução de melhores instalações de diagnóstico para as pessoas”, explicou Arvind Mathur, representante da OMS em Timor-Leste, que tem dado assistência ao país nos esforços de combate à doença.

A melhoria dos diagnósticos deveu-se, em parte, à introdução do GeneXpert, um teste molecular de Tuberculose.

Já na prevenção, a melhoria deveu-se a uma ampliação da profilaxia para crianças e adultos em contactos.

“Em 2021, houve um aumento de quase 15% no número de pessoas colocadas em tratamento de profilaxia em comparação com 2020”, refere a OMS, notando ter havido um incremento em campanhas de consciencialização sobre a doença “para que todos os casos sejam detetados e recebam tratamento”.

Recentemente, a OMS, em parceira com o Fundo Global, introduziu uma unidade móvel de diagnóstico, para chegar a mais membros da comunidade e assim reduzir ainda mais a incidência.

“A carrinha está equipada com raio-X digital e o teste truNat TB, um teste molecular que diagnostica tuberculose em uma hora e também testa resistência às drogas. Tem ainda uma instalação de registo médico eletrónico sincronizada com Inteligência Artificial para ler os filmes de raio-X digitais”, nota.

Em 2021, um inquérito sobre a vulnerabilidade à tuberculose em Timor-Leste mostrou que a desnutrição e o tabagismo estavam entre os principais fatores de vulnerabilidade que contribuíram para a doença.

Resultados, explica a OMS, que “refletem as conclusões do Relatório Global de Tuberculose de 2022”, em que a subnutrição e o tabagismo estavam entre os principais impulsionadores da tuberculose em Timor-Leste.

“A OMS tem vindo a apoiar o país no combate à desnutrição, bem como a restringir o uso de tabaco através de clínicas de advocacia e cessação tabágica. Estes esforços estão a ser realizados não só para a tuberculose, que é uma doença transmissível, mas também para várias doenças não transmissíveis”, disse Mathur.

Em termos globais, estima-se que 10,6 milhões de pessoas adoeceram com tuberculose em 2021, um aumento de 4,5% em relação a 2020, segundo o relatório, tendo a pandemia da covid-19 dificultado o diagnóstico e o tratamento das pessoas.

LUSA/HN

PR timorense pede mais investimento português, em particular farmacêutico

PR timorense pede mais investimento português, em particular farmacêutico

Em entrevista à Lusa, José Ramos-Horta, que está de visita a Portugal esta semana, defendeu o reforço da cooperação empresarial bilateral, considerando que Timor-Leste é uma porta de entrada para um mercado de 700 milhões de habitantes.

Cumprindo a tradição dos Presidentes timorenses de fazer em Portugal a primeira visita de Estado à Europa, José Ramos-Horta incluiu na comitiva governantes e representantes económicos de modo a que estes dias não sejam apenas “formalidades, troca de discursos, de amizade entre os povos e entre as instituições”.

“A cooperação bilateral Portugal Timor-Leste tem sido contínua desde a restauração da independência em vários domínios e Portugal tem sido um parceiro importante” na justiça, na educação, na formação, na defesa e na segurança.

Mas, Ramos-Horta quer, em articulação com o governo timorense, “intensificar as relações comerciais e económicas”, aproveitando o momento em que o país está a entrar na ASEAN.

“Porque não instalar em Timor, por exemplo, a indústria farmacêutica, indústria de engenharia médica, equipamento médico e fazer de Timor-Leste um entreposto de produtos portugueses para reexportação?”, questionou, salientando que o país está a apostar no processo de integração regional.

Jacarta e Dili estão a negociar uma “área grande de comércio livre” junto às fronteiras para promover exportações dentro da sub-região, explicou Ramos-Horta, salientando que as empresas portuguesas podem recorrer ao Banco Nacional Ultramarino, da Caixa Geral de Depósitos, “neste processo de apoio a empreendimentos portugueses em Timor-Leste”.

Portugal e Timor-Leste integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma estrutura “pluricontinental”, mas falar “da cooperação na área económica [dentro da CPLP] não é realista”, pelo que esses acordos devem ser feitos a nível bilateral.

“Une-nos a língua portuguesa e não só, os valores, a história, os valores culturais, valores e princípios, solidariedade, fraternidade”, disse, sobre a CPLP, mas “cada um está na sua região” e tem relações económicas privilegiadas junto das suas fronteiras.

E acrescentou: “pelas relações de confiança, procuro dar oportunidade aos investidores portugueses”, explicou Ramos-Horta, procurando justificar o foco na atração de investimento.

“Se [os empresários portugueses] não querem pegar, não conhecem a região, têm medo de arriscar, tudo muito bem. Vou falar aos chineses, coreanos e australianos”, avançou.

“Daqui a uns anos, em vez de vermos uma grande empresa farmacêutica portuguesa em Timor-Leste, veremos uma grande empresa farmacêutica chinesa ou coreana”, resumiu Ramos-Horta.

LUSA/HN

Lançada primeira pedra de novo edifício de pediatria no maior hospital timorense

Universidade de Coimbra vai formar funcionários parlamentares de Timor-Leste

“O protocolo consiste fundamentalmente no desenvolvimento de recursos humanos do Parlamento Nacional [de Timor-Leste], por sermos um Parlamento jovem, que completou recentemente 20 anos. Precisamos de consolidar conhecimentos técnicos para melhor servir o Parlamento Nacional e, consequentemente, o país”, explicou o secretário-geral do Parlamento timorense, Adelino Afonso de Jesus.

Durante a assinatura do acordo de cooperação académica, científica e cultural com o Parlamento de Timor-Leste, que decorreu durante a manhã de hoje na sala do Senado da Universidade de Coimbra, Adelino Afonso de Jesus sublinhou que a escolha deste estabelecimento de ensino superior teve por base “toda a sua experiência”.

“A nossa escolha recaiu na Universidade de Coimbra, porque se trata de uma universidade secular. Desde a minha infância que ouvia este nome”, acrescentou.

Já o vice-reitor da UC para as Relações Externas e Alumni, João Nuno Calvão da Silva, realçou a importância deste protocolo, que é mais um passo no estreitar das relações entre a UC e Timor-Leste.

“É um protocolo especialmente importante do ponto de vista simbólico, por ser no ano em que comemoramos os 20 anos da independência de Timor-Leste. O facto de ser um protocolo com o Parlamento Nacional timorense, a Casa do Povo de Timor-Leste, mostra a sua importância”, evidenciou.

De acordo com o vice-reitor da UC, durante a manhã de hoje foram formalizados dois instrumentos internacionais, sendo um deles com um conteúdo mais geral e outro uma prestação de serviços.

“Um com conteúdo mais geral que visa dar uma base de trabalho para toda e qualquer cooperação académica, científica e cultural que Timor-Leste deseje ou necessite e que a Universidade de Coimbra seguramente cobrirá. A UC é uma universidade que cobre todas as áreas de conhecimento, tem oito faculdades e imensos centros de investigação”, sustentou.

O outro instrumento, uma prestação de serviços, tem detalhadas todas as condições contratuais, em termos operacionais, financeiros e datas.

“Na última semana de janeiro de 2023 teremos a primeira ação de formação avançada intensiva, no Parlamento Nacional, em Dili, que será ministrada pela Faculdade de Direito, pelo professor catedrático e diretor da Faculdade de Direito, Jónatas Machado, na matéria de Legística, uma matéria estruturante para qualquer estado”, informou.

No seu entender, a assinatura destes instrumentos é mais um passo para reforçar a UC no espaço falante de língua portuguesa, uma aposta estratégica delineada por esta reitoria.

“Temos tido imensas ações com países africanos de língua oficial portuguesa, com cursos de formação avançada para magistratura e altos quadros da administração pública, com Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, também com o Brasil. Faltava Timor-Leste, que a pandemia tinha dificultado”, admitiu.

João Nuno Calvão da Silva aludiu ainda a um protocolo alargado, assinado com o Ministério da Justiça de Timor-Leste, em 2019, antes da pandemia, para formação de 20 magistrados, que previa formação na UC, durante alguns meses, primeiro para aperfeiçoamento do português e depois em matérias de Direito.

“O acordo implicava a presencialidade, mas com pandemia foi impossível de concretizar, voltando a ser renegociado quando a pandemia permitiu, e tendo mesmo sido alargado a notários e conservadores. Mas as vicissitudes internas [em Timor-Leste] levaram à demissão desse ministro e substituição por outro”, alegou.

Apesar dos contratempos, o vice-reitor deixou a garantia de que este acordo voltará a ser renegociado, para dar continuidade à formação que estava prevista.

A UC conta, este ano letivo, com a frequência de aproximadamente uma centena de alunos de Timor-Leste.

LUSA/HN