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 20 ENTREVISTA
Crédito da imagem: Gajus-Images, ENVATO
vai evitar a deslocação para o hospital e retirar a pressão sob as consultas de especialidade. Com essa atualização das Unidades de Saúde Familiar 2.0 vamos conseguir captar mais médicos. Em Portugal não há falta de médicos. Portugal tem é falta de médicos a trabalhar no SNS. Portanto, se estes profissionais forem valorizados e estiverem motivados para tirarem a sua especialidade de Medicina Geral e Familiar tenho a certeza que eles corresponderão.
No fundo, esta medida vai permitir ao médico de família fazer diagnósticos mais céleres, ao mesmo tempo em que se retira peso orçamental, uma vez que evita a contratualização de prestadores de serviço nas análises clínicas ou nos exames complementares de diagnóstico mais simples.
HN – A nível hospitalar, quais as fragilidades que identificam e que pretendem ver melhoradas?
PF – Vai ter que se avançar com a construção
dos hospitais que estão prometidos há décadas. Nestes últimos oito anos, o Partido Socialista não inaugurou um único hospital. Já o setor privado, sim, inaugurou várias unidades hospitalares. Portanto, temos que avançar com a construção
do Hospital do Seixal, do Algarve, de Lisboa Oriental e do Oeste. É claro que a nível da gestão
e da organização temos de promover uma reorganização, dando autonomia aos conselhos
de administração. Esta pseudo reforma das Unidades Locais de Saúde que foi feita, para o CHEGA é apenas uma reforma de “maquilhagem”. As ULS continuam altamente dependentes
das autorizações do Ministério das Finanças e continuam altamente politizadas... Os conselhos de administração são feitos por nomeação política e não por meritocracia. Os próprios administradores hospitalares queixam-se que as suas próprias carreiras também não são valorizadas e atualizadas. O CHEGA defende que ao fim de cada mandato, as pessoas devem ser recompensadas pelos bons resultados que demonstraram ou, se for o caso contrário, responsabilizados por aquilo que aconteceu de menos bom.
HN – Afirmou que o partido quer voltar a implementar as PPP nos hospitais. Existe outras áreas do SNS que pensam poderem ser entregues à gestão privada?
PF – Sim, desde logo nos Cuidados de Saúde Primários. Para o CHEGA é totalmente atendível que um consórcio de médicos se queira juntar e queira fazer uma clínica de CSP para garantir, a uma população que está desprotegida, a prestação de cuidados de Medicina Geral e Familiar.
HN – Fala das USF modelo c?
PF – Sim. Estão legisladas, mas nunca foram implementadas por falta de vontade política. Em Portugal, temos muitas áreas da saúde em que o conhecimento científico e a melhor prática estão no setor privado. Ora, daí ser reconhecido, sem nenhum tipo de preconceito ideológico, que este deve ser aproveitado pelo Serviço Nacional de Saúde.
HN – Agora sobre a saúde preventiva. Defendem a atualização do Plano Nacional de Vacinação, “garantindo a disponibilidade de vacinas essenciais, sobretudo para a população infantil”. De que vacinas falam?
PF – Não quisemos mencionar especificamente nenhum serotipo vacinal para não sermos acusados, pelos partidos da esquerda, de estarmos a beneficiar os grandes grupos farmacêuticos. No entanto, posso dizer-lhe que do ponto de vista do Plano Nacional de Vacinação para as crianças, o que achamos que há uma necessidade premente é a vacina para o Vírus Sincicial Respiratório. A imunização das crianças permite a grandes ganhos em saúde, com uma diminuição abrupta dos internamentos com infeções respiratórias.
Para os adultos, defendemos a inclusão da vacina do HPV e a vacina para o herpes zoster no Plano Nacional de Vacinação. Esta infeção é responsável por uma condição bastante gravosa que é a Zona.
Entrevista de Vaishaly Camões
   















































































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