Médicos podem usar medicamentos para ébola e malária em doentes internados

27 de Março 2020

Os doentes internados em Portugal com covid-19 podem ser tratados com os medicamentos da malária e do ébola ainda em investigação para uso no novo coronavírus.

Na norma da DGS que entrou em vigor às 00:00 de hoje, a autoridade nacional de saúde lembra que não existem atualmente medicamentos autorizados para o tratamento de covid-19, nem estão autorizadas quaisquer vacinas, mas que há várias moléculas apontadas como “possíveis candidatos terapêuticos”.

“À data, considerando o conhecimento científico atual e as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde], encontram-se em investigação, entre outras, as seguintes estratégias terapêuticas: Remdesivir [usado para o vírus do ébola], Lopinavir/Ritonavir [HIV], e Cloroquina [malária] ou Hidroxicloroquina [malária]”, indica a nota.

Segundo os critérios de abordagem terapêutica definidos pela DGS, os doentes internados em enfermarias que apresentem insuficiência respiratória ou evidência radiológica de pneumonia podem ser tratados com hidroxicloroquina ou cloroquina durante pelo menos sete dias. É ainda admitido considerar juntar lopinavir/ritonavir.

Já os doentes internados em unidades de cuidados intensivos têm todos indicação para poder tomar, além dos outros fármacos, o remdesivir, usado em casos de ébola.

Na nota, a DGS diz que estas terapêuticas antivirais podem ser equacionadas de acordo com os critérios definidos e “com o juízo clínico”.

O Brasil anunciou na quarta-feira que irá autorizar o uso do medicamento Cloroquina para tratamento de casos graves de covid-19 e o mesmo já tinha acontecido em países africanos.

Esta semana foi anunciado o lançamento de um grande ensaio clínico para testar quatro tratamentos experimentais contra o coronavírus em vários países europeus.

O ensaio Discovery deverá incluir 3.200 pacientes europeus em França, na Bélgica, nos Países Baixos, no Luxemburgo, no Reino Unido, na Alemanha e em Espanha, podendo chegar a outros países.

Em causa estão um antiviral projetado inicialmente para o vírus ébola, um medicamento contra o VIH e um tratamento ‘primo’ da Cloroquina, que é usada em casos de malária/paludismo.

SO/LUSA

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