Base Aérea da Ota recebe 170 infetados de Lisboa – câmara

20 de Abril 2020

Alenquer, Lisboa, 20 abr 2020 (Lusa) - A Base Aérea da Ota, em Alenquer, começa hoje a receber 170 cidadãos estrangeiros infetados por covid-19, oriundos de Lisboa, disse à agência Lusa o presidente da câmara [...]

Alenquer, Lisboa, 20 abr 2020 (Lusa) – A Base Aérea da Ota, em Alenquer, começa hoje a receber 170 cidadãos estrangeiros infetados por covid-19, oriundos de Lisboa, disse à agência Lusa o presidente da câmara.

Pedro Folgado afirmou à Lusa que as 500 camas preparadas na Base Aérea da Ota, no distrito de Lisboa, para receber doentes covid-19 vão receber “170 pessoas, de nacionalidade estrangeira, infetadas, que vão ser transportadas de Lisboa”.

O autarca disse desconhecer se as 170 pessoas são oriundas do hostel da Rua Morais Soares, em Lisboa, que foi evacuado no domingo devido a um caso positivo de covid-19, tendo-se iniciado de imediato um plano de testes.

O hostel, que albergava perto de 200 pessoas em 40 quartos, foi alvo de uma desinfeção.

“Este hostel tinha um total de cerca de 185 pessoas residentes e alguns profissionais e, portanto, foram sendo feitos testes a toda esta população” e “muito deles deram positivo”, adiantou a diretora-geral da saúde, Graça Freitas.

A Mesquita de Lisboa, que inicialmente disse ter acolhido 170 pessoas retiradas desse hostel, indicou que 138 deram positivo.

No entanto, o presidente da Comunidade Islâmica, Abdool Magid Vakil, atualizou para 179 o número de hóspedes daquele hostel acolhidos na Mesquita, dos quais 138 tiveram um teste positivo, 35 negativo e seis inclusivo.

Uma vez que as pessoas que estavam no hostel são, na sua maioria, imigrantes e refugiados, a Lusa contactou o Conselho Português para os Refugiados (CPR) para saber se este é o procedimento comum no caso de requerentes de proteção.

A presidente do CPR disse que aquele organismo está a acompanhar atualmente 950 requerentes de proteção, cerca de 800 dos quais se encontram em alojamentos externos aos serviços, em hostels na cidade de Lisboa.

Mónica Farinha reconheceu que a solução “não é a ideal em termos de acolhimento, mas, tendo em conta o aumento dos pedidos desde há uns anos e a demora na transição dos requerimentos, foi a forma encontrada”, devido à sobrelotação dos centros de acolhimento do CPR.

“É uma grande preocupação que temos, não garantimos o isolamento social, pois há vivência comunitária, nas cozinhas e wc partilhados, e nos espaços comuns. Sabemos que as pessoas não estão confinadas nos quartos”, explicou.

De acordo com a presidente do CPR, os hóspedes do hostel que no domingo foi evacuado em Lisboa devido a um caso positivo de covid-19 “estavam a cumprir as regras de confinamento dentro” do espaço, apesar da dificuldade “em garantir que uma situação como a que aconteceu não ocorra”.

A Lusa contactou também com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que disse estar a “providenciar o acompanhamento social necessário identificado pela Câmara de Lisboa, com quem está em permanente articulação”.

“Além dos três técnicos que a Santa Casa deslocou ontem [domingo] ao hostel em questão, a Santa Casa está a fornecer refeições e indumentária”, acrescentou a mesma fonte.

A Lusa tentou também, sem sucesso, obter informações da Câmara Municipal de Lisboa.

Desde meados de março que a Força Aérea na Ota disponibilizou cerca de 500 camas face a uma eventual rutura dos serviços hospitalares, logo que foi ativado o Pano Municipal de Emergência de Alenquer.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 735 pessoas das 20.863 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Relativamente a domingo, há mais 21 mortos (+2,9%) e mais 657 casos de infeção (+3,3%).

FCC (JML/HN/RCP) // MCL

Lusa/Fim

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