Pelo menos seis casos de Ébola foram detetados nas últimas duas semanas na República Democrática do Congo (RDCongo), tendo quatro destes portadores da doença morrido, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Num relatório sobre o estado da epidemia na RDCongo, datado de terça-feira, a OMS referiu que “no total, seis casos foram relatados desde 10 de abril, quatro dos quais morreram”.
“Atualmente, há um caso confirmado a ser acompanhado num centro de tratamento de Ébola, assim como um outro que está entre a comunidade. As equipas de resposta estão a abordar a comunidade para tratar deste caso”, explicou o relatório da OMS.
A agência das Nações Unidas apontou que entre 13 e 19 de abril foram detetados quatro casos nas províncias de Beni e Kivu do Norte, sendo que três destes foram registados como contactos.
“Nenhum foi seguido de forma regular pelas equipas de resposta dada a insegurança e os desafios decorrentes da reticência da comunidade”, disse a OMS.
No relatório, a OMS constatou que foram registados 638 contactos dos quatros casos detetados, sendo que 476 estavam a ser seguidos no dia 19 e que 346 destes tinham sido vacinados.
“À data de 19 de abril, 25% dos contactos não estavam a ser seguidos devido à insegurança” na região, relatou a OMS.
Da mesma forma, a organização revelou que entre 13 e 19 de abril houve uma média diária de 1.894 alertas que foram investigados, havendo uma média de 187 alertas diários que foram assinalados como suspeitos.
Desde que foi declarada a epidemia, em agosto de 2018, e até 19 de abril, foram registados 3.461 casos de infeção pelo vírus do Ébola, dos quais 3.316 confirmados em laboratório. A doença provocou 2.279 mortes e 1.169 pessoas foram consideradas curadas.
Esta epidemia é a segunda mais mortífera do Ébola de que há registo, sendo apenas ultrapassada pela que atingiu a África Ocidental entre 2014 e 2016 e que matou mais de 11.300 pessoas.
O vírus do Ébola transmite-se pelo contacto com fluidos corporais infetados e a rapidez do tratamento é determinante para as possibilidades de sobrevivência, sendo que a sua taxa de mortalidade alcança os 90%, caso não seja tratado a tempo
Lusa/HN
0 Comments