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“Estou menos confinada. E agora?
Estamos todos a sofrer um teste face à realidade atual: passar ou não neste teste resulta de demasiadas condicionantes quer quanto à situação no “ponto de partida”, quer quanto ao nível de incertezas frente ao “ponto de chegada”.
Cada pessoa é um caso…cada pessoa será um caso!
Estar-se atomizado no local onde cada um de nós vive é, já por si, contranatura; apercebermo-nos de que o tempo pode ser suspenso e que, por mais urgente que tudo seja, estamos com menos pressa e mais tempo é também contranatura no séc. XXI—eu nunca me tinha apercebido nem de uma, nem da outra situação—.
Em 68 anos, pela primeira vez vivi uma turbulência de adaptações, revivi inúmeras catástrofes históricas da Humanidade e acreditei, mais que nunca, na dolorosa (mas fortíssima) capacidade de reconstrução dum Futuro.
Diria que, neste período, consegui um equilíbrio entre as atividades familiares, profissionais e pessoais; vivi um ritmo normal, tentei ser emocionalmente equilibrada e até me senti mais útil…capaz de apoiar pessoas sentimentalmente necessitadas e temperamentalmente menos positivas.
Senti-me em paz comigo própria (terá sido a primeira vez), tive tempo para fazer um balanço da minha vida e gostar mais dela!…agradecer a saúde e tolerância que tenho e o mesmo entusiasmo de viver que mantenho inalterável.
Como é que esta experiência adquirida irá moldar o futuro? Eu acredito que a solidariedade será o traço humano e político porque a solidariedade, no seu amplo significado, é o único sentimento que remete para uma responsabilidade recíproca.
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