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O “novo normal”
Desde 11 de março, data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estar em curso uma pandemia causada pelo novo coronavírus, que vivemos tempos extraordinários e sem precedentes para qualquer um de nós. A crise de saúde pública global, despoletada pela COVID-19, tem posto à prova os sistemas de saúde, a capacidade de respostas das autoridades, a resiliência dos profissionais de saúde e, simultaneamente, desafiado toda a humanidade a adaptar-se a uma nova forma de trabalhar e socializar. Por outro lado, também tem servido para mostrar o melhor de nós. Seja por manifestações de solidariedade e agradecimento a quem está na linha da frente dos cuidados aos doentes, seja pelo esforço congregado de cidadãos individuais e organizações na recolha de apoios para ajudar quem mais precisa, seja pela colaboração de entidades do mesmo setor na partilha de conhecimento e recursos para tentar encontrar uma luz ao fundo deste túnel.
Nestas alturas, é fundamental promover a união, a coesão e a colaboração, com a consolidação de parcerias com aliados que, face à atual situação, são a forma mais rápida de se conseguir encontrar uma resposta que contribua para um regresso a um “novo normal”. Nestes tempos, não existem concorrentes, nem muros. Apenas aliados e pontes. É isso que podemos constatar quando assistimos às inúmeras e improváveis sinergias que temos visto surgir nas últimas semanas.
A esse respeito, creio que uma das conclusões que podemos retirar é que a Indústria Farmacêutica tem demonstrado uma capacidade de resposta, por um lado, e um espírito de missão e de solidariedade, por outro, que nos deve deixar a todos – trabalhemos ou não na Indústria Farmacêutica – reconhecidos e agradecidos. Em Portugal, a título de exemplo, a Indústria Farmacêutica angariou um montante superior a 1,7 milhões de euros para apoiar o combate à COVID-19. Os dados são da Apifarma e relativos ao dia 23 de abril. Acredito que, no momento em que este texto for publicado, o valor será ainda mais representativo e as unidades, os profissionais e os utentes beneficiados serão consideravelmente mais.
A GSK, orgulho-me de dizer, tem feito parte da solução na resposta ao problema e, no nosso país, contribuímos para a iniciativa “Todos por Quem Cuida”, da Apifarma / Ordem dos Médicos / Ordem dos Farmacêuticos; apoiamos, ainda, o programa “Emergência abem: COVID-19”, da Associação Dignitude, para ajudar as pessoas que se encontram em situações mais fragilizadas a conseguir ter acesso aos seus medicamentos; oferecemos Equipamento de Proteção Individual a um conjunto alargado de instituições do SNS para que os seus profissionais possam desempenhar o seu trabalho e auxiliar quem mais precisa com o nível de segurança adequado. Por outro lado, tendo presente que a informação clara e fidedigna é fundamental para combater a ansiedade e o receio da população, temos em curso uma campanha de sensibilização, em alguns media nacionais, em que profissionais de saúde deixam conselhos e recomendações especiais para os grupos de risco relativamente à situação atual da COVID-19. Ainda relativamente aos referidos grupos de risco, em conjunto com várias associações de doentes, profissionais de saúde e sociedades médicas, organizamos sessões de esclarecimento online para informar e esclarecer as dúvidas de quem vive com uma doença crónica e, assim, pertence ao chamado grupo de risco COVID-19.
O nosso contributo – e o da Indústria Farmacêutica, em geral – não se restringiu a estas iniciativas de solidariedade e que demonstram o compromisso e agradecimento com Portugal e os portugueses. Fomos muito além disso e definimos e implementamos planos de contingência para assegurar que os medicamentos e as vacinas continuam a chegar a todos os que deles necessitam. Paralelamente, traçamos como prioridade absoluta o investimento em Investigação & Desenvolvimento dedicado ao novo coronavírus.
Assim, atualmente, estão em curso inúmeros programas e cooperações para tentar encontrar uma vacina e medicamentos eficazes e seguros para travar esta pandemia. Na GSK, assumimos essa responsabilidade de uma forma muito especial. Respondemos a este desafio com a disponibilização da nossa experiência técnica e know-how científico numa das áreas em que consideramos poder ter maior impacto: no processo de descoberta de uma vacina. Estamos a fazê-lo através de uma colaboração com o CEPI (Coalition for Epidemic Preparedness Innovations), para disponibilizar a nossa tecnologia adjuvante aos cientistas que estão a investigar vacinas candidatas para a prevenção do COVID-19. No total, estamos já a trabalhar de perto com cinco companhias e grupos de investigação em todo o mundo, na expectativa de que nos próximos três meses seja possível obter dados concretos relativamente ao desenvolvimento clínico de cada uma destas vacinas candidatas. Iniciamos, também, uma colaboração inédita com a Sanofi para conjugar o conhecimento científico e capacidade de inovação tecnológica das duas empresas para tentar desenvolver uma vacina com adjuvante contra a COVID-19. A nossa expetativa e esperança é conseguir ter uma vacina candidata que possa ser submetida a ensaios clínicos já na segunda metade de 2020 e, se bem sucedida, estar disponível a partir da segunda metade de 2021.
Paralelamente, decidimos integrar o “COVID-19 Therapeutics Accelerator”, uma plataforma colaborativa que junta representantes da indústria e da academia, para investigar possíveis alternativas terapêuticas para os doentes infetados com o vírus. A expetativa relativamente a este projeto é grande e ansiamos por notícias positivas com a maior brevidade. Ainda no âmbito da nossa resposta global a esta crise decidimos doar dez milhões de dólares ao “COVID-19 Solidarity Response Fund”, das Nações Unidas e da Organização Mundial de Saúde, para apoiar a prevenção, diagnóstico e tratamento da pandemia. Entre as ações previstas estão a distribuição de material e produtos essenciais, como equipamento de proteção individual para os profissionais de saúde que estão na linha da frente.
Diariamente, pelos contactos efetuados e as notícias que nos chegam pelos media, vemos que ninguém está parado e que todos os esforços estão a ser desenvolvidos para conseguirmos ultrapassar este novo desafio. Não sabemos se são suficientes – queremos acreditar que sim – mas sabemos que a união e a solidaridade que esta pandemia fez emergir nos fazem acreditar que, todos juntos, somos sempre mais fortes e conseguimos ir além do que se formos sós.
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