Pessoas com a diabetes estão sujeitas a maior risco de fraturas ósseas

16 de Junho 2020

A diabetes tem um vasto leque de complicações conhecidas, apesar de este estudo realçar o impacto da doença na saúde óssea – mais especificamente, fraturas.

Pessoas que vivam com a diabetes incorrem em maior risco de fraturas ósseas, de acordo com um novo trabalho da Universidade de Sheffield.

A investigação conduzida em colaboração com cientistas da Sutter Health concluiu que pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 são alvo de um maior risco de fraturas não vertebrais (aquelas que ocorrem sem ser na coluna ou crânio e nas ancas) e nas ancas.

As conclusões, reveladas durante a Semana de Consciencialização para o Diabetes (entre dia 8 e 14 de junho), revelaram ainda que pessoas com a diabetes tipo 1 sofrem um risco superior às com tipo 2, ainda que o uso de insulina e o tempo de vida com a condição aumentem paralelamente o risco para pessoas com diabetes tipo 2.

A diabetes tem um vasto leque de complicações conhecidas, apesar de este estudo realçar o impacto da doença na saúde óssea – mais especificamente, fraturas.

A investigadora principal Dra. Tatiane Vilaca, do Centro de Pesquisa Óssea Mellanby da Universidade de Sheffield, explicou que, “o diabetes pode causar um número de complicações conhecidas como problemas nos rins, perda de visão, problemas nos pés e danos no sistema nervoso. Ainda assim, até agora muitas pessoas diabetes e os seus médicos desconheciam o maior risco de fratura óssea.

“Precisamos de aumentar a consciencialização relativamente aos riscos que enfrentam as pessoas que sofrem de diabetes, para prevenir fraturas. Por exemplo, prevenir quedas pode reduzir o risco de fraturas”, explica a Dra. Vilaca

“As fraturas podem ser muito sérias, especialmente nos mais velhos. Fraturas nas ancas são as mais severas uma vez que causam grandes níveis de incapacidades. Cerca de 76 mil pessoas no Reino Unido partem uma anca todos os anos e pensa-se que até 20% dessas pessoas possa morrer no espaço de um ano devido a essas fraturas. Muitos outros nunca chegam a recuperar a mobilidade e pode causar a perda de independência em muitas pessoas”, elabora a Dra. Vilaca

Uma em cada 15 pessoas no Reino Unido tem diabetes – uma condição séria em que o nível de glucose no sangue se torna demasiado alto. Existem dois tipos principais de diabetes, o tipo 1 – em que o corpo é incapaz de produzir insulina, e o tipo 2 – em que a insulina produzida pelo corpo não é capaz de funcionar de maneira eficaz, ou quando o corpo não é capaz de produzir suficiente.

O professor Richar Eastell, professor de Metabolismo Ósseo e Diretor do Centro de Pesquisa Óssea Mellanby da Universidade de Sheffield afirma que, “esta importante pesquisa realça a necessidade urgente para os médicos de avaliar o risco de fratura nos pacientes com diabetes, e também de procurar tratamentos potenciais que possam ajudar a reduzir esse mesmo risco”.

“Esperamos que ao chamar a atenção para o maior risco de fraturas em pessoas com diabetes, a densidade e força óssea passem a ser algo que os médicos avaliem rotineiramente em pacientes com a condição, da mesma maneira que o fazem com outras complicações já conhecidas”, acrescenta o Dr. Eastell.

A pesquisa publicada online na publicação Bone foi conduzida em colaboração com investigadores da Escola de Saúde e Pesquisa Relacionada de Sheffield (ScHARR) e da Universidade da Califórnia.
O médico Steve Cummings, da Sutter Health na Califórnia, explica que “pacientes com diabetes e os médicos que os tratam deveriam estar cientes do agravado risco de fraturas. Os pacientes são encorajados a perguntar o que fazer quanto a esse risco, e os médicos devem avaliar o risco e considerar tratamento para o reduzir”.

O Centro de Pesquisa Óssea Mellanby da Universidade de Sheffield oferece oportunidades de pesquisa para pós-graduados em envelhecimento musculosquelético, que depressa se tornará num dos principais desafios para a saúde global do futuro.

NR/HN/
João Daniel Ruas Marques

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