De acordo com a Presidente da APDE, Catarina Leite, “consultas e tratamentos adiados devido à Covid-19 constituem um risco acrescido em doentes com esclerodermia, que poderão ver a sua doença agravada”. Embora o novo coronavírus provoque uma maior vulnerabilidade assumida a estes doentes, a especialista reconhece que esta diminuição do controlo poderá ter consequências graves.
“Apesar de estes doentes poderem apresentar quadros mais graves de doença, caso sejam infetados, e de esta vulnerabilidade ser real, o risco de deixar a esclerodermia por tratar pode ser muito mais grave”. É por isso que Catarina Leire realça a necessidade dos doentes seguirem “as indicações do seu médico e não adiar consultas ou idas necessárias ao hospital”.
A esclerodermia é considerada pelos profissionais de saúde como uma doença rara crónica que afeta até três mil portugueses. Esta pode afetar inúmeros órgãos e, por isso, é necessária uma vigilância e controlo regular aos doentes.
A propósito do Dia Mundial da Esclerodermia vai ser realizada uma campanha europeia da Federação Europeia de Associações de Esclerodermia (FESCA), com o slogan “O nosso sorriso é vulnerável, proteja-se para nos proteger”. Em Portugal esta campanha irá materializar-se com a distribuição de cartazes em hospitais e farmácias e com vídeos de profissionais de saúde, no sentido de esclarecer dúvidas aos doentes. ´
A campanha quer, assim, aumentar o conhecimento da doença de maneira a facilitar o diagnóstico, “já que, em média, um doente com esclerodermia tem de consultar até cinco médicos para conseguir um diagnóstico”.
A esclerodermia afeta sobretudo mulheres entre os 35 e os 45 anos. No entanto a doença pode manifestar-se em qualquer idade. “Por se tratar de uma doença rara, para se receber tratamento adequado é necessário encontrar um dos especialistas que se dedicam à doença, já que a mesma é desconhecida mesmo para muitos profissionais de saúde.” Em Portugal, a maioria dos especialistas trabalham nos grandes centros, como Lisboa, Porto e Coimbra, dificultando o acesso de alguns doentes.
PR/HN/Vaishaly Camões
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