A Crioestaminal explica que as células estaminais mesenquimais libertam vesículas, designadas exossomas, que contêm substâncias anti-inflamatórias, podendo servir como tratamento regenerativo.
“As vesículas foram obtidas a partir de células estaminais mesenquimais da membrana amniótica da placenta, colhida após o nascimento. Por forma a colocar estas vesículas no local da lesão, de modo a exercerem a sua função terapêutica, utilizou-se um gel de ácido hialurónico, designado Exo-pGel”, afirma a companhia.
O estudo foi realizado em modelo animal, sendo que a sua eficácia terapêutica foi testada em ratos com lesões na espinal medula. Durante a investigação, os ratos foram divididos em três grupos: o grupo que recebeu apenas solução salina, o grupo que recebeu pGel (gel de ácido hialurónico sem exossomas) e o grupo de tratamento que recebeu Exo-pGel.
De acordo com os resultados, “contrariamente aos que receberam apenas solução salina, o grupo de animais que recebeu Exo-pGel demonstraram uma recuperação da função motora, que foi significativamente superior à observada nos que receberam apenas o gel, sem as vesículas “terapêuticas”.
A utilização do Exo-pGel revelou resultados promissores relativamente à recuperação da função motora em animais. No entanto, no estudo foi verificado que o efeito das vesículas “terapêuticas” difere quando é administrado através do gel ou por via intravenosa. Os resultados demonstram que “a utilização do gel levou a uma maior concentração das vesículas em torno do local da lesão, consistente com os melhores resultados terapêuticos que este grupo demonstrou, comparativamente ao grupo tratado por via intravenosa.”
A Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, Bruna Moreira, conclui que “no seu conjunto, estes resultados demonstram que a utilização de vesículas derivadas de células estaminais neonatais numa matriz de ácido hialurónico é capaz de promover a recuperação de lesões na espinal medula em modelo animal, representando uma estratégia promissora a testar em futuros ensaios clínicos”.
Estima-se que mais de 27 milhões de doentes enfrentam consequências decorrentes de uma lesão na espinal medula. Devido à limitada capacidade de regeneração do sistema nervoso central, as lesões na espinal medula podem ter consequências devastadoras, como paralisação e perda de sensação no corpo abaixo do local da lesão. Para além das limitações físicas, outras dimensões, como o estado psicológico, a vida social, familiar e profissional, são também afetadas.
PR/HN/Vaishaly Camões
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