“Comparando a última semana com as semanas anteriores, há uma evolução claramente positiva. Se compararmos os últimos 14 dias, igualmente, com as semanas anteriores, há uma evolução positiva nestes municípios, nestas 19 freguesias”, afirmou Eduardo Cabrita, no final de uma reunião de acompanhamento da estratégia de prevenção e controlo da Covid-19 na AML, que decorreu na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
Na conferência de imprensa após a reunião, o ministro da Administração Interna revelou que existem 65 surtos ativos da doença nas 19 freguesias dos cinco concelhos da AML, designadamente Lisboa, Sintra, Loures, Amadora e Odivelas, defendendo que é preciso “continuar este esforço de monitorização muito próxima, garantindo o acompanhamento por equipamentos multidisciplinares de todos os casos que têm vindo a ser detetados e que são hoje menos do que eram há duas semanas”.
“Identificámos uma situação que se caracteriza por um tendência de redução do número de pessoas infetadas em todos estes municípios durante os últimos sete dias”, reforçou.
Sobre a alteração do estado de calamidade nas 19 freguesias da AML, Eduardo Cabrita remeteu a decisão para a próxima semana, no âmbito de uma nova reunião com os autarcas daqueles cinco municípios, agendada para 27 de julho, e da reunião de Conselho de Ministros, prevista para 30 de julho.
No âmbito do controlo da pandemia na AML, o titular da pasta da Administração Interna referiu que a evolução positiva “encoraja a manter o nível de acompanhamento de proximidade e o tipo de medidas que têm sido seguidas nestes cinco municípios”, destacando a forma como tem sido possível identificar e acompanhar os casos positivos de Covid-19, através de equipas multidisciplinares, com intervenção da saúde comunitária, da proteção civil municipal, da segurança social e com o apoio das forças de segurança.
“Esta evolução é globalmente positiva, está caracterizada hoje por uma identificação dos casos que se verificam em cada freguesia e com uma identificação muito concreta do conjunto de surtos que em cada concelho vão sendo verificados”, frisou Eduardo Cabrita.
Questionado sobre a evolução no concelho de Sintra, “há uma situação no sentido da equiparação, de algum modo de um aplanamento dos indicadores na última semana”, apontou o ministro, sublinhando que “a situação é mais positiva em todos os municípios, com ritmos que não são exatamente iguais município a município”.
A generalidade de Portugal Continental entrou no dia 01 de julho em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da AML, que passou para o estado de contingência.
Na AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos permaneceram em estado de calamidade, já que, segundo disse na altura o primeiro-ministro, António Costa, é onde se concentra “o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados”.
A cada um destes três ‘níveis’, que vigoram até ao final do mês, correspondem diferentes restrições ao desconfinamento.
No dia 13 de julho, o Governo anunciou que se iria manter por mais 15 dias as situações de alerta para a generalidade do continente, de contingência para a AML e de calamidade para 19 freguesias, no âmbito da pandemia da covid-19, permanecendo das 00:00 do dia 15 (quarta-feira) até às 23:59 do dia 31 de julho.
As 19 freguesias que estão em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures (uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação).
Nestas freguesias foram impostas medidas especiais de confinamento, como o “dever cívico de recolhimento domiciliário”, ou seja, as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.
Os ajuntamentos ficam limitados a cinco pessoas e estão proibidas as feiras e mercados de levante.
Portugal contabiliza pelo menos 1.691 mortos associados à covid-19 em 48.771 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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