Respira e Linde Saúde assinam protocolo para a promoção da Reabilitação Respiratória

24 de Julho 2020

O aumento de doentes com problemas respiratórios crónicos inspirou a criação de um protocolo entre a Respira, Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e a Linha de Saúde. O objetivo consiste em promover o acesso da Reabilitação Respiratória domiciliária a estes doentes.

De acordo com estas duas instituições, estima-se que 14,2% da população com mais de 40 anos sofra de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, havendo uma grande percentagem sem diagnóstico confirmado. “Desses, segundo Normas de Orientação Clínica (NOC) da DGS, todos os casos sintomáticos, bem como outros casos de doença respiratória crónica estabilizada, deveriam fazer reabilitação respiratória, um tratamento que em Portugala apenas entre 0,5% a 2% têm acesso.”

Com o objetivo de dar uma resposta às dificuldades de pessoas com esta patologia, a Respira assinou um protocolo de cooperação com a Linde Saúde, que está a implementar o serviço de Reabilitação Respiratória Domiciliária.

A presidente da Respira, Isabel Saraiva, afirma que o protocolo significa “mais um passo no sentido de ajudar a proporcionar cuidados de saúde imprescindíveis para que as pessoas com DPOC e outras doenças respiratórias crónicas possam ter uma vida mais ativa, com mais qualidade. Ainda que nem todos os doentes precisem de Reabilitação Respiratória, e de esse tratamento ter de ser prescrito pelo médico, consideramos essencial promover o acesso a esta terapia.”

Do mesmo ponto de partida a diretora da Linha de Saúde revela que “a implementação de Reabilitação e Fisioterapia Respiratória Domiciliária veio dar resposta aos doentes que se depararam com a impossibilidade de prosseguir com os seus programas de reabilitação, neste contexto de pandemia por Covid-19. Alargamos a nossa oferta de cuidados de saúde domiciliários, aproximando-nos do doente e dando continuidade à Reabilitação Respiratória com a nossa equipa de fisioterapeutas, com vasta experiência nestes doentes respiratórios crónicos”.

Os especialistas olham para o acordo como uma resposta rápida e eficaz, o qual é capaz de garantir o acompanhamento médico necessário. A fisioterapeuta Luísa Morais assegura que “embora desafiante para todos, tem sido uma experiência bastante positiva. Fomos capazes de transferir rapidamente a prestação dos cuidados para o domicílio, onde os doentes passaram a ter as sessões de fisioterapia e exercício, com o nosso acompanhamento por telefone ou em casos específicos com visitas presenciais.”

No entanto, a especialista acrescenta que “o maior desafio é manter os canais de comunicação com outros profissionais de saúde que fazem o apoio aos doentes. É muito importante desenvolver formas de interação entre os doentes, recorrendo às plataformas digitais, dado que reabilitar em grupo é sempre muito mais positivo.”

Os Programas de Reabilitação Respiratória preveem a melhoria significativa da qualidade de vida, a diminuição dos sintomas e aumento da funcionalidade, “que se traduzem numa expressiva melhoria na autonomia do doente e na autogestão da sua doença. Os resultados, numa perspetiva de custo-eficiência, refletem uma redução significativa dos custos associados à doença traduzida numa diminuição nas consultas não programadas, idas à urgência e internamentos.”

Devido ao contexto pandémico, em que é recomendado às pessoas com doenças respiratórias crónicas que se resguardem, o protocolo poderá garantir os cuidados médicos dos doentes.

PR/HN

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