Comunidade internacional responde ao pedido de ajuda de primeiro-ministro libanês

5 de Agosto 2020

A comunidade internacional está a responder em força ao apelo de ajuda feito terça-feira pelo primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, após as duas explosões registadas em Beirute que provocaram pelo menos 100 mortes e mais de quatro mil feridos.

As garantias de ajuda, que se juntaram às mensagens de solidariedade, já vieram de grande parte dos países da União Europeia (UE, entre eles Portugal), Rússia, China, Estados Unidos, bem como do mundo árabe, estando em curso as operações de transporte desde hospitais de campanha a equipamentos médicos, pessoal sanitário e medicamentos, a alimentos de primeira necessidade.

A China lamentou o “incidente infeliz”, expressou solidariedade e prontificou-se a ajudar o Líbano, “dentro das possibilidades” de Pequim.

A Alemanha, cuja embaixada em Beirute ficou danificada pelas explosões, indicou ter pronta para enviar para a capital libanesa já hoje uma equipa de resgate de 47 membros, tudo dependendo de uma autorização do Governo libanês.

Por seu lado, o Presidente francês, Emmanuel Macron, desloca-se na quinta-feira ao Líbano para “se encontrar com todos os atores políticos”, enquanto o primeiro-ministro gaulês, Jean Castex, garantiu que, ainda hoje, partem para Beirute três aviões com equipas médicas para intervenção imediata e 25 toneladas de material e equipas de segurança do Ministério do Interior.

A Rússia também vai enviar cinco aviões de carga com ajuda de emergência para a capital do Líbano, que integram pessoal médico, hospitais de campanha e um laboratório para testes de Covid-19.

A UE está a preparar o destacamento urgente de meios para ajudar as autoridades libanesas, estando, para já a coordenar o destacamento urgente de mais de 100 bombeiros altamente treinados, com veículos, cães e equipamento, especializados em busca e salvamento em contextos urbanos.

Os meios disponibilizados por Bruxelas, depois da ativação do Mecanismo de Proteção Civil da UE a pedido de Beirute, irão trabalhar com as autoridades libanesas.

O executivo comunitário destaca ainda que a Holanda, a Grécia e a República Checa confirmaram já a sua participação nesta operação e que a França, Polónia e Alemanha ofereceram ajuda através do mecanismo. Portugal também se disponibilizou para apoiar, dentro dos mecanismos dos 27.

Chipre, localizado 180 quilómetros a oeste de Beirute, também anunciou hoje o envio de dois helicópteros, com 10 especialistas em emergência médica e oito cães especializados em encontrar sobreviventes entre os destroços dos muitos edifícios destruídos, bem como alimentos não perecíveis.

O mundo árabe começou terça-feira a garantir o envio de hospitais de campanha, pessoal médico, com o Qatar a anunciar hoje o envio de um avião com 40 toneladas de equipamentos sanitários, a partir de um centro logístico das agências das Nações Unidas e de organizações humanitárias internacionais que instalou no emirado.

Segundo a agência de notícias oficial, o Qatar estabeleceu uma “ponte aérea” até Beirute para enviar nos próximos dias “todas as ajudas e equipamentos médicos necessários”, enquanto o Koweit também indicou que vai transportar para o Líbano “ajuda médica urgente para os irmãos libaneses”.

A Jordânia já se disponibilizou para enviar um hospital de campanha militar e declarou três dias de luto oficial em memória das vítimas da devastadora explosão que destruiu bairros inteiros em Beirute.

O hospital de campanha chegará quinta-feira à capital libanesa e está totalmente equipado para realizar operações a cargo de 160 profissionais de saúde de todas as especialidades médicas – inclui 48 camas, dez de cuidados intensivos, blocos operatórios e laboratórios de raio-X.

Também o Irão, o país do Médio Oriente mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, se mostrou disponível para enviar assistência médica e qualquer outro tipo de ajuda.

Na Oceânia, a Austrália indicou que vai doar dois milhões de dólares australianos (1,2 milhões de euros) em ajuda humanitária para ajudar Beirute a recuperar dos danos das violentas explosões de terça-feira.

Em África, vários líderes africanos enviam mensagens de condolências e solidariedade, com a Tunísia a propor que está disponível para receber cerca de uma centena de feridos nos hospitais do país e a garantir o envio de dois aviões militares com ajuda médica e alimentar

Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando mais de uma centena de mortos e mais de quatro mil feridos, segundo o último balanço feito pela Cruz Vermelha.

O Governo português indicou na terça-feira não ter indicações de que haja cidadãos nacionais entre as vítimas.

As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesas.

O primeiro-ministro libanês revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto de Beirute que explodiu.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Secretária de Estado visita ULS Coimbra e valida plano de inverno

A Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, visitou hoje a ULS de Coimbra, onde conheceu as obras de requalificação da urgência e o plano de contingência para o inverno 2024/2025, que já apresenta resultados positivos na redução de afluência

Violência doméstica: Cova da Beira apoiou 334 vítimas

O Gabinete de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica e de Género da Cova da Beira acompanhou, este ano, 233 casos de adultos na Covilhã, Fundão e Belmonte, e 101 crianças e jovens, num total de 334 pessoas.

MAIS LIDAS

Share This