Disfunção do remapeamento do cérebro compromete memória especial em casos de Alzheimer

20 de Agosto 2020

Alzheimer é uma das mais sérias doenças numa sociedade em envelhecimento, ainda assim a sua causa é muitas vezes pouco clara e não existe um método de tratamento apropriado. Muitos pacientes com Alzheimer desenvolvem um comprometimento da memória espacial, que leva as pessoas a vaguear e coloca grande stresse sobre os prestadores de cuidados de saúde. Em adição, a causa da perda de memória espacial é muito pouco clara.

Um grupo de investigação liderado por Kei Igarashi, um professor assistente da Universidade da Califórnia, em Irvine, elucidou os mecanismos do circuito do cérebro que comprometem a memória espacial em pacientes com Alzheimer. Os investigadores utilizaram o modelo de ratos para a doença de Alzheimer desenvolvido em RIKEN em 2014 e analisaram a atividade cerebral dos ratos utilizando uma técnica eletrofisiológica (1). Os resultados mostraram que a função cerebral para distinguir diferentes locais chamada “remapeamento”(2), a função do hipocampus (3) do cérebro saudável, ficou afetada. Os resultados também mostraram que esta disfunção do hipocampus foi causada pelo decréscimo da atividade na região do cérebro chamada córtex entorrinal (4).

Estes resultados indicaram que o comprometer do remapeamento causa danos na memória espacial no causa da doença de Alzheimer. No futuro, melhorar a função de remapeamento do cérebro pode reverter a memória espacial em pacientes com Alzheimer, através de, por exemplo, utilizar métodos de estímulo cerebral.

O estudo foi conduzido em conjunto por Takaomi Saido, líder de equipa na RIKEN e pelo professor Takashi Saito da Universidade da Cidade de Nagoya, como parte do Programa Básico de Investigação Estratégica da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão.

  1. Este é um método para medir diretamente os sinais elétricos utilizando elétrodos de metal para gravar a atividade cerebral.
  2. A função de colocar células e redes de células para distinguir diferentes espaços. Já que existem inúmeras células espaciais no hipocampus, de cada vez que um animal se move para uma sala diferente os padrões de atividade de muitas células espaciais mudam de uma vez. Uma vez que a combinação de padrões de grupo das células espaciais é diferente em cada divisão, as combinações das células espaciais criam memórias espacial de diferentes locais.
  3. O centro da memória no cérebro. O hipocampo (palavra grega para descrever um cavalo marinho mitológico) é assim chamado por ter uma forma semelhante à do animal fictício. Tem circuitos elétricos especiais para armazenar e utilizar informação memorizada. Quando o hipocampo é danificado dão-se problemas de memória.
  4. Uma parte do cérebro que forma o centro de memória do cérebro em conjunto com o hipocampo. Informação de várias partes do cérebro entra no hipocampo através do córtex entorrinal e é armazenado na memória. A informação armazenada no hipocampo é transferida para várias partes do cérebro através do córtex entorrinal. Assim, dano no córtex entorrinal também causa problemas de memória.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

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