Segundo a edição de terça-feira do diário norte-americano The Washington Post, citado pela Efe, os fundos integravam a “lei Care”, que destinou verbas para adquirir ou fabricar material de proteção e prevenir o crescimento da pandemia.
Os fundos do Pentágono, o maior empregador público dos Estados Unidos, estavam destinados a “prevenir e responder ao coronavírus”, mas o Departamento de Defesa, liderado por Mark Esper, começou, quase de imediato, a atribuir esses fundos para colmatar o que considerava deficiências em termos de material bélico.
Segundo os dados e testemunhos analisados pelo jornal, o Pentágono adjudicou a fornecedores de Defesa centenas de milhões de dólares em projetos que nada tinham a ver com o combate à pandemia, o que foi considerado legal pelos departamentos jurídicos.
Cerca de 183 milhões de dólares (cerca de 156 milhões de euros) foram adjudicados ao fabricante de motores de aviação Rolls Royce e a uma empresa produtora de aço, a ArcelorMittal.
Dezenas de milhões de dólares foram atribuídos a satélites, drones ou tecnologia de vigilância espacial; 80 milhões de dólares (cerca de 68 milhões de euros) foram adjudicados a uma empresa aeronáutica do estado do Kansas que estava em dificuldades devido às avarias dos Boeing 737 Max e à falta de procura pelo transporte aéreo.
Foram ainda adjudicados 75 milhões de dólares (cerca de 64 milhões de euros) a empresas subsidiárias da norte-americana General Electric. Foram igualmente aprovados gastos de poucos milhões de dólares para material de fabrico de uniformes militares.
Os democratas pediram a abertura de uma investigação a gastos que consideram inaceitáveis.
As informações sobre o uso destes fundos, uma pequena parte do avultado orçamento da Defesa norte-americano, de mais de 686 mil milhões de dólares (quase 586 mil milhões de euros) surgem numa altura em que é conhecida a falta de máscaras N95 entre os profissionais de saúde e surgem pedidos de ajuda de alguns estados para poderem distribuir uma possível vacina.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 965 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (200.641) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 6,8 milhões).
LUSA/HN
0 Comments