Portugal abaixo da média da União Europeia na Igualdade de Género

29 de Outubro 2020

Portugal aparece em 16.º lugar no Índice da Igualdade de Género 2020, abaixo da média da União Europeia (UE), tendo evoluído 1,7 pontos percentuais desde 2017.

Desde 2010, quando o Índice – iniciativa do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE), agência da UE com sede em Vílnius, capital da Lituânia – começou a ser publicado, Portugal subiu quatro posições na tabela, atualmente liderada por Suécia, Dinamarca e França.

Os melhores desempenhos de Portugal estão nas esferas da saúde (ainda que se situe apenas na 20.ª posição entre os Estados-membros) e do trabalho (na 15.ª posição).

As maiores desigualdades de género revelam-se em matéria de tempo (partilha de tarefas domésticas e de assistência à família), onde Portugal é mesmo o terceiro país a contar do fim da tabela.

Também em matéria de poder as desigualdades são grandes, mas, como o são na generalidade dos Estados-membros, aqui Portugal aparece em 13.º lugar.

Ainda assim, o tempo e o poder são as esferas em que Portugal mais evoluiu desde 2010.

No que respeita à esfera de poder, Portugal é um dos seis países com legislação vinculativa sobre a igualdade de género nas empresas, mas ainda está abaixo da meta.

Em 2017, Portugal adotou quotas para mulheres nas empresas públicas e cotadas em bolsa, e, num ano, a representação feminina nos conselhos de administração e órgãos de fiscalização subiu de 16,2% para 24,8%.

“A vontade política tem impacto. A política da igualdade nas administrações das empresas teve impacto nas decisões económicas”, analisa a lituana Jolanta Reingarde, investigadora e coordenadora de projetos no EIGE, em entrevista à Lusa via Skype.

A França é o único país da UE a ter mais de 40 por cento de mulheres nos conselhos de administração das empresas. Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, Holanda, Finlândia e Suécia rondam um terço de presença feminina.

“Esses países estão a liderar o progresso na UE, mas, se outros não os seguirem, haverá um abrandamento”, alerta Carlien Scheele, diretora do EIGE, na mesma entrevista.

LUSA/HN

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