Gilead desmente OMS quanto à utilização de remdesivir

20 de Novembro 2020

A Gilead Sciences veio esta sexta-feira responder às ultimas diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que desaconselham a utilização do medicamento remdesivir no tratamento de doentes com Covid-19. Segundo a farmacêutica, a utilização do Veklury (remdesivir) em doentes com Covid-19 é baseada em evidências sólidas

“Estas recomendações baseiam-se na evidência sólida de múltiplos estudos aleatorizados e controlados divulgados em publicações científicas revistas por pares, que validam os benefícios clínicos de Veklury, incluindo a recuperação significativamente mais rápida, que pode libertar recursos hospitalares limitados”, pode ler-se no comunicado enviado pela farmacêutica às redações.

O remdesivir é hoje reconhecido como tratamento padrão para doentes hospitalizados com COVID-19 nas orientações clínicas de inúmeras organizações nacionais conceituadas, incluindo, entre outros, o National Institutes of Health e a Infectious Diseases Society of America nos EUA, bem como os seus congéneres no Japão, Reino Unido e Alemanha.

“Lamentamos que as diretrizes da OMS pareçam ignorar esta evidência numa altura em que os casos estão a aumentar dramaticamente em todo o mundo e os médicos confiam em Veklury como o primeiro e único tratamento antiviral aprovado para utilização em doentes com COVID-19 em cerca de 50 países”, continua o comunicado.

As afirmações da OMS divulgadas na quinta-feira são baseadas no ensaio clinico global, multicêntrico e aberto Solidarity, que conclui que o remdesivir “não tem qualquer efeito significativo na mortalidade ou noutros resultados importantes para os doentes, como a necessidade de ventilação ou a rapidez nas melhoras”, pode ler-se no comunicado da OMS.

Já a Gilead Sciences desmente a Organização Mundial de Saúde e afirma que “as provas sólidas de múltiplos estudos aleatorizados e controlados, disponibilizados em publicações científicas revistas por pares, validam os benefícios clínicos de Veklury. Os resultados do ensaio ACTT-1 do National Institute of Allergies and Infectious Diseases concluíram que o tratamento com Veklury resultou em melhorias clinicamente significativas através de múltiplas avaliações de resultados em doentes hospitalizados com COVID-19”.

“Estes dados foram revistos por pares, publicados no New England Journal of Medicine e apoiaram a inclusão de Veklury em inúmeras orientações de tratamento. O ACTT-1 é um ensaio clínico aleatorizado, duplamente-cego e controlado por placebo – o padrão de excelência para avaliar a eficácia e segurança dos medicamentos em investigação”.

“O tratamento de doenças críticas com medicamentos que combatem o agente causador tem sido a pedra angular dos cuidados médicos. Como antiviral, Veklury inibe a replicação do SARS CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, reduzindo a carga viral no organismo. Combinações de Veklury com agentes anti-inflamatórios estão a ser estudadas para potencialmente melhorar os resultados para os doentes com COVID-19, sobretudo em doentes com formas graves de doença”, acrescenta a farmacêutica.

 

 

1 Comment

  1. Antonio Branco

    A industria farmacêutica não está acostumada a não mandar nos resultados oficiais!

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