Estudo mostra que 97% dos portugueses consideram a saúde de “importância extrema”

25 de Novembro 2020

A conferência Digital “Cancro: Cada Dia Conta – Da Prioridade à Ação” vai ser palco para a apresentação dos resultados do estudo “Cancro: O que pensam os Portugueses”, que concluiu que 97% dos portugueses consideram que a saúde tem uma importância extrema. A conferência decorre na manhã desta quarta-feira

Entre as principais conclusões destacadas salienta-se que 97% dos portugueses consideram que a Saúde tem uma importância extrema. Contudo, 33% dos portugueses inquiridos referem que a Saúde é considerada uma prioridade para o Governo.

Quando questionados sobre a doença que mais o preocupa, excluindo a Covid-19, 75% dos inquiridos referem o Cancro como a patologia mais preocupante, identificado como principais razões para os receios, a “taxa de mortalidade elevada” (25%), o facto de “terem ou terem tido familiares com doença oncológica / fator hereditário” (25%), e também o facto de esta ser uma doença que “qualquer um pode ter” (17%).

to o Cancro é uma prioridade para o Governo. Cerca de 41% dos inquiridos consideram que as doenças oncológicas têm uma maior atenção do Governo quando comparado com a Saúde em geral. Entre os doentes oncológicos esta perceção é mais positiva, com 6 em cada 10 dos inquiridos, 56%, a considerarem que o cancro é uma prioridade do Governo.

Quando questionados sobre o nível de investimento do Estado na área do Cancro, 68% dos portugueses classificam-no de insuficiente. Apenas 11% dos inquiridos classificam a verba destinada ao combate ao Cancro como justa.

Em relação aos obstáculos no acesso a Cuidados de Saúde, 44% dos portugueses dos portugueses identificam os tempos de espera elevados e 15% a dificuldade em fazer diagnósticos de forma rápida e em fase precoce. Quanto aos tempos de espera no acesso a tratamentos oncológicos, 25% dos portugueses classificam a primeira consulta/ diagnóstico como muito demorada.

Outro dado preocupante refere-se à equidade no acesso ao tratamento. O estudo revela que mais de metade dos portugueses considera que a qualidade e a disponibilidade dos cuidados de saúde variam de hospital para hospital. De acordo com 30% dos portugueses há “grandes diferenças com elevado impacto”.

O acesso a tratamentos inovadores foi também abordado no estudo, que revela que 40% dos portugueses consideram que é mais fácil aceder a estes tratamentos na União Europeia. Já 60% dos portugueses consideram o “acesso aos tratamentos mais modernos” na área oncológica insuficiente ou muito insuficiente.

Estes dados estão em linha com o relatório da EFPIA Patients W.A.I.T. Indicator, de 2019, que indica que em Portugal a taxa de disponibilidade de medicamentos inovadores ronda os 50% e o tempo necessário para aprovação de financiamento destes medicamentos pelo Estado demora, em média, 711 dias, ou seja, quase dois anos. Este valor aumenta para os 836 dias quando falamos em medicamentos oncológicos.

O estudo foca ainda os 4 Pilares do European Union Beating Cancer Plan e avalia a experiência pessoal dos doentes e cuidadores, relativamente aos apoios e pensões da Segurança Social, à experiência com juntas médicas, ao contexto laboral e regresso ao trabalho e aos impactos na economia familiar.

A conferência vai reunir diversos especialistas e elementos da sociedade civil em torno do cancro. Entre eles estão Manuel Sobrinho Simões, Nils Wilking e Pedro Pita Bairros.

PR/HN/João Marques

 

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