Estudo valida biomarcador que prevê risco de recidiva de cancro da próstata

19 de Dezembro 2020

Numa investigação académica um urologista português valida o biomarcador CXCR7 como preditor de pior sobrevivência livre de cancro da próstata após prostatectomia radical. 

No âmbito da tese de doutoramento, o especialista Pedro Bargão Santos, da CUF Oncologia, desenvolveu um estudo sobre o “Quais os biomarcadores epigenéticos relacionados à inflamação que podem identificar o cancro de próstata clinicamente agressivo”. A investigação teve como principal objetivo encontrar novos biomarcadores que pudessem aperfeiçoar a estratificação dos doentes de acordo com o risco de progressão para cancro da próstata letal, possibilitando uma avaliação mais precisa do prognóstico e a definição da estratégia terapêutica de forma mais personalizada.

Durante o estudo, o urologista correlacionou, entre outras variáveis, o conhecimento científico existente sobre biomarcadores pouco estudados no cancro da próstata, comparando-o com as características clínicas e patológicas de progressão da doença (PSA, recorrência bioquímica e resultados clínicos de doentes, contemplando sobrevivência específica da doença, sobrevivência livre de doença e sobrevivência global).

A principal conclusão do estudo é a validação do biomarcador CXCR7 como preditor independente de pior sobrevivência livre de doença, após a realização de prostatectomia radical. “Os resultados da investigação apontam que este pode vir a ser um bom marcador de recidiva de doença, após a cirurgia, mesmo antes da subida do PSA”, indica o investigador.

O estudo retrospectivo vem, também, corroborar uma das teorias para a génese do cancro da próstata, a da inflamação prostática crónica, visto ser um marcador relacionado com a inflamação.

Bargão Santos sublinha que a descoberta abre novas portas na compreensão e avaliação do comportamento do cancro da próstata, mas aponta que “mais investigações devem ser realizadas para que possamos usar estas ferramentas e melhorar substancialmente a forma como cuidamos dos doentes num futuro próximo”.

PR/HN/Vaishaly Camões

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