Numa nota enviada à agência Lusa por correio eletrónico, o Instituto de Segurança Social (ISS) indicou que já mobilizou “um enfermeiro e quatro ajudantes de ação direta” para o surto no lar da Associação de Cabeção de Solidariedade aos Trabalhadores Idosos (ACSTI).
“O enfermeiro foi já colocado e os ajudantes de ação direta iniciam funções esta quinta-feira”, garantiu o ISS.
Na quarta-feira, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Mora, Luís Simão, indicou que 28 dos 45 funcionários que prestavam cuidados na instituição estão infetados com o vírus da Covid-19 e são casos ativos da infeção.
“A situação é muito grave”, disse então Luís Simão, mostrando-se preocupado com a “falta de pessoal para prestar os cuidados necessários” aos utentes do lar.
“Não temos apoios da Segurança Social nem de brigadas de intervenção rápida. A pequena equipa que era para vir no dia 23 não chegou. Da Segurança Social, disseram-me que viriam esta semana, mas já vai a meio e até agora nada. Não temos o apoio de ninguém”, lamentou, na quarta-feira, o autarca.
Na sequência deste surto, detetado há duas semanas, pelo menos 121 pessoas já foram infetadas pelo vírus da Covid-19, nomeadamente, 55 utentes do lar, dos quais, 14 morreram, 28 funcionários da instituição e 38 pessoas da comunidade.
Hoje, na nota enviada à Lusa, o ISS assinalou que, no concelho de Mora, foram ativadas brigadas de intervenção rápida em 13 de novembro, para o surto do Centro Social e Paroquial de Cabeção, e no dia 20 deste mês para o surto do lar da ACSTI.
O organismo esclareceu que “não é correto afirmar” que o distrito de Évora conta apenas com uma equipa ao serviço, adiantando que já foram ativadas brigadas de intervenção rápida em oito equipamentos com necessidade de intervenção, as quais integraram 55 recursos humanos.
Segundo o ISS, os elementos das brigadas “fazem testes à Covid-19 antes de iniciarem funções e só as iniciam com resultado negativo”.
Durante a intervenção num lar em Montemor-o-Novo, também no distrito de Évora, “dois elementos da brigada ficaram infetados” e “assim que se conheceu o resultado ficaram em isolamento e foram substituídos”, sem que a capacidade fosse afetada, referiu.
“A composição das brigadas é dinâmica e varia em função das necessidades, podendo ser reforçada a qualquer momento”, sublinhou.
As brigadas são compostas por pessoal ajudante de ação direta, auxiliares de serviços gerais, enfermeiros, psicólogos e médicos, distribuídas pelos distritos, com capacidade de ação imediata na contenção e estabilização de surtos em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), lares residenciais e outras respostas de acolhimento residencial.
Os profissionais que integram as brigadas têm por missão contribuir de forma rápida para a prevenção, minimização e combate a surtos de Covid-19 em equipamentos sociais de acolhimento residencial de pessoas em situação de vulnerabilidade ou dependência.
Nos 18 distritos do continente, segundo o ISS, já foram ativadas 227 brigadas de intervenção rápida.
Portugal contabiliza pelo menos 6.830 mortos associados à Covid-19 em 406.051 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
LUSA/HN
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