Cerca de dez mil pessoas manifestam-se em Viena contra restrições apesar da proibição

1 de Fevereiro 2021

Cerca de dez mil pessoas, incluindo neonazis e ‘hooligans’, manifestaram-se este domingoem Viena, violando as medidas sanitárias, contra o toque de recolher obrigatório e confinamento, decisões do Governo austríaco para tentar conter o novo coronavírus.

A polícia proibiu a manifestação no sábado, após um desfile anterior que em meados de janeiro também reuniu cerca de dez mil pessoas e durante o qual muitos participantes não usavam máscaras e não respeitaram as distâncias sanitárias em vigor.

Mas, de acordo com a polícia, vários milhares de pessoas responderam na tarde de domingo ao apelo do partido da extrema direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), que organizou a manifestação e considerou a sua proibição “escandalosa”.

Entre eles estão ativistas neonazis e ‘hooligans’ e a polícia procedeu a 10 detenções, enquanto a multidão se recusava a dispersar e insistia em marchar em direção ao parlamento, bloqueando o trânsito.

Quatro polícias ficaram feridos e mais de 800 pessoas foram multadas por desrespeito das medidas sanitárias, segundo o ministro do Interior Karl Nehammer, que ao início da noite promoveu uma conferência de imprensa.

No início da semana, o ex-ministro do Interior Herbert Kickl, membro do partido FPÖ, apelou a que as ruas fossem hoje tomadas em manifestação contra o toque de recolher obrigatório e o terceiro confinamento em vigor.

Foi a primeira vez que este partido organizou oficialmente um comício a contestar as medidas decididas pelo Governo conservador para tentar limitar a contaminação do vírus SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19.

Esta manifestação foi proibida por causa das “perturbações de ordem pública” que, provavelmente, iria gerar.

“Estamos a assistir a uma censura inédita”, insurgiu-se M. Kickl no sábado, perante os jornalistas, acrescentando que “é um escândalo”.

Neste sentido, o FPÖ apresentou um segundo pedido de autorização de manifestação para “defender a democracia, a liberdade e os direitos fundamentais”, mas a polícia também o rejeitou.

A recusa deveu-se ao risco dos ajuntamentos “por causa do aumento de transmissão das novas variantes” do vírus e “a falta de rastreabilidade dos contactos”, nas filas da manifestação.

Apesar de um novo confinamento e de um alargamento no recolher obrigatório decretado após o Natal, a Áustria, que tem 8,9 milhões de habitantes, registou, este domingo, 1.190 novas infeções.

Segundo uma sondagem publicada este sábado no semanário Profil, 64% dos austríacos reclamam pelo encerramento dos teleféricos nas estações, uma vez que, atualmente, estão abertos.

Escolas, pavilhões desportivos, hotéis, restaurantes, lojas não essenciais e espaços culturais estão fechados.

A oposição social-democrata votou no sábado a favor da reabertura das escolas em 08 de fevereiro.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.219.793 mortos resultantes de mais de 102,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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