Novartis recebe aprovação de financiamento para o SNS do medicamento para a enxaqueca Aimovig (erenumab)

24 de Fevereiro 2021

O medicamento Aimovig (erenumab) recebeu financiamento do Infarmed para o tratamento profilático em doentes adultos com pelo menos quatro dias de enxaqueca por mês e que tenham tido três ou mais falências terapêuticas prévias, anunciou a Novartis

Segundo o comunicado enviado à comunicação social, mais de 500 mil doentes em todo o mundo já beneficiam do tratamento com Aimovig, um anticorpo monoclonal 100% humano que bloqueia seletivamente o recetor do CGRP (péptido relacionado com o gene da calcitonina), o único recetor da família da calcitonina envolvido na fisiopatologia da enxaqueca. O Aimovig demonstrou ser uma alternativa com valor terapêutico acrescentado e vantagens a nível económico e é a primeira terapêutica especificamente desenvolvida para prevenção da enxaqueca aprovada e, agora, financiada pelo Serviço Nacional de Saúde.

O medicamento está indicado no tratamento profilático de doentes adultos com pelo menos 4 dias de enxaqueca mensal, pretendendo contribuir para reduzir a frequência do problema e o consumo de recursos de saúde, nomeadamente de medicação aguda, e, também, melhorar a qualidade de vida, com impacto positivo na produtividade.

De acordo com a presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, “os anticorpos monoclonais, e entre eles o erenumab, vieram revolucionar a terapêutica preventiva da enxaqueca constituindo um importante avanço no controlo desta patologia tão prevalente e impactante” e, continua Elsa Parreira, citada em comunicado, a comparticipação pelo SNS “irá permitir que os nossos doentes com enxaqueca possam ter acesso à mais recente inovação terapêutica e a tratamentos eficazes e bem tolerados que contribuirão para uma melhoria da sua qualidade de vida”.

Já a neurologista Raquel Gil-Gouveia, da direção da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, diz: “a experiência que temos tido, ao longo dos últimos dois anos, com a utilização destes fármacos tem sido claramente favorável, quer pela sua muito boa eficácia, quer pela sua excelente tolerabilidade. A sua comparticipação permitirá equidade para todos doentes com enxaqueca que deles possam beneficiar, minimizando o seu sofrimento e impactando positivamente as suas vidas, a nível familiar, social e profissional. É, sem dúvida, um marco na história do tratamento da enxaqueca em Portugal”.

O comunicado refere ainda o estudo BECOME, que foi conduzido com o objetivo de conhecer a realidade dos doentes de enxaqueca seguidos em centros de cefaleias com falências terapêuticas prévias. Este estudo revelou que muitos doentes descontinuam os atuais profiláticos, por falta de eficácia ou segurança, o que sugere que nesta área terapêutica persistem necessidades médicas sem resposta – indica o comunicado, salientando a importância do Aimovig para contribuir para colmatar essas carências. O BECOME concluiu também que um terço dos doentes portugueses envolvidos passou por tratamentos sem sucesso com pelo menos 3 medicamentos preventivos distintos.

Atendendo à natureza altamente incapacitante dos sintomas que a caracterizam, a enxaqueca está associada a um substancial impacto pessoal, social e económico.

PR/RA/HN

 

 

 

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