Associação diz que prolongar recolher obrigatório na Madeira é “aumentar o calvário” da restauração

1 de Abril 2021

O prolongamento do recolher obrigatório no arquipélago da Madeira até 12 de abril, decretado pelo Governo Regional, é "aumentar o calvário" do setor da restauração, bares e similares, disse esta quinta-feira a Associação do Comércio e Indústria do Funchal.

“A situação é cada vez mais aflitiva, o calvário é cada vez maior e quem vai sair mais prejudicado é a economia”, afirmou à agência Lusa o presidente da Associação de Comércio e Indústria do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM), Jorge Veiga França.

O Governo da Madeira decidiu prolongar até 12 de abril o recolher obrigatório na região e retomar as aulas presenciais no ensino secundário e no 3.º ciclo nos dias 08 e 12 de abril, respetivamente.

Assim, continua em vigor até às 23:59 do dia 12 de abril o recolher obrigatório entre as 19:00 e as 05:00 do dia seguinte, durante a semana, e entre as 18:00 e as 05:00, ao fim de semana e feriados.

No arquipélago, as atividades comerciais, industriais e de serviços, tal como a restauração, encerram durante a semana às 18:00 e aos fins de semana às 17:00, sendo que o horário de entrega de refeições ao domicílio decorre até às 22:00, todos os dias da semana.

Jorge Veiga França referiu que a ACIF-CCIM, transmitindo a preocupação dos seus associados da Mesa da Restauração e Similares, enviou uma missiva ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, solicitando uma revisão do horário de serviço das refeições, para que este se prolongasse até pelo menos às 21:00, de “modo a mitigar as dificuldades que atravessam”.

A resposta de Miguel Albuquerque, disse Jorge Veiga França, foi a de que o Governo Regional acompanha e toma quinzenalmente as decisões quanto às repercussões da pandemia em consonância com as orientações da autoridade de saúde e que, com a abertura das escolas, não era conveniente aligeirar o recolher obrigatório, porque “era juntar dois em um”.

“Eu compreendo que ele tenha esta política, é uma política eventualmente acertada, entendendo que as autoridades da Saúde têm também uma responsabilidade acrescida, mas, de facto, se fosse possível mitigar um pouco mais esse penar dos restaurantes e similares, mantendo mão pesada no incumprimento, porque há sempre abusos, isso seria bom para este setor que está tão, tão prejudicado e em baixo. Muito poucos vão resistir”, observou.

A Madeira registou na quarta-feira 22 novos casos de Covid-19, 37 recuperações e 86 situações suspeitas, segundo os dados da Direção Regional de Saúde.

O total de infeções ativas no arquipélago é de 411, com 16 doentes hospitalizados.

A região autónoma passou, assim, a contabilizar 8.378 casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2 desde o início da pandemia.

A Madeira regista também um total de 71 óbitos associados à doença.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.816.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 128,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.848 pessoas dos 821.722 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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