O governo de Boris Johnson decidiu reduzir, em 2021, a ajuda ao desenvolvimento de 0,7% para 0,5% da riqueza nacional. Desta forma, de cerca de 15 mil milhões de libras (cerca de 17,2 mil milhões de euros) antes da crise passou para 10 mil milhões de libras (cerca de 11,4 mil milhões de euros).
“Foi uma decisão muito difícil cortar e encontrar fontes de economia no orçamento de ajuda”, disse o ministro das Relações Exteriores britânico à Sky News, aludindo às maiores contrações da economia “em 300 anos”.
De acordo com o governante, algumas pessoas “não percebem” a extensão dos danos que a pandemia provocou às finanças públicas.
Apesar desses cortes, o Reino Unido é o primeiro contribuinte da International Vaccine Alliance (Gavi) e o terceiro contribuinte dos países do G7, cuja reunião de ministros de Negócios Estrangeiros acontecerá em Londres na próxima semana, antes da final no mês de junho.
Várias agências e associações das Nações Unidas criticaram o declínio da ajuda britânica e alertaram para a magnitude de suas consequências.
O Fundo de População das Nações Unidas alertou que a ajuda que Londres está a retirar teria evitado cerca de 250.000 mortes maternas e infantis, 14,6 milhões de gravidezes indesejadas e 4,3 milhões de abortos inseguros.
“O G7 representa uma grande oportunidade de usar o nosso poder unificador e fazer um verdadeiro esforço de equipe para resolver esses problemas juntos”, acrescentou Dominic Raab.
Por sua vez, a representante da oposição trabalhista para as Relações Exteriores, Lisa Nandy, denunciou no mesmo programa uma abordagem “míope”, denunciando cortes “escandalosos”, que afirma enfraquecerem a “autoridade moral” do Reino Unido no cenário internacional.
NR/HN/LUSA
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