OIM denuncia “grande vulnerabilidade” de milhares de trabalhadores imigrantes no Líbano

26 de Maio 2021

Milhares de trabalhadores imigrantes no Líbano, duramente atingidos pela profunda crise económica no país, estão desempregados e incapazes de atender às suas necessidades, denunciou esta quarta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Num relatório, a OIM refere que o colapso económico, para o qual a pandemia de Covid-19 foi mais uma causa, e as consequências da explosão mortal e devastadora no porto de Beirute, em agosto de 2020, “exacerbaram a vulnerabilidade” dos trabalhadores imigrantes no Líbano.

Uma sondagem feita pela organização examinou a situação de mais de mil trabalhadores de diferentes nacionalidades, incluindo cidadãos do Bangladesh, Etiópia, Sudão e Serra Leoa, tendo metade dos entrevistados dito que está desempregado, com a maioria deles a referir ter perdido o emprego no último trimestre de 2020.

Por outro lado, realça a OIM, mais de metade não tem condições de atender às suas necessidades alimentares.

“Com o agravamento da situação económica e as oportunidades de emprego limitadas, a vulnerabilidade dos migrantes à exploração e ao abuso provavelmente pode aumentar”, alertou Mathieu Luciano, chefe da filial libanesa da OIM.

Segundo a organização, pelo menos 20% dos trabalhadores entrevistados disse sofrer de problemas crónicos de saúde, incluindo problemas de saúde mental, que requerem tratamento continuado.

Muitos outros também relataram terem sido submetidos a várias formas de violência física e psicológica, indicando que foram espancados, assediados sexualmente ou não pagos.

Antes mesmo do início da crise atual, as condições de trabalho dos trabalhadores imigrantes no Líbano foram denunciadas por várias organizações não-governamentais, apesar de muitos deles terem conseguido enviar dólares para as suas famílias no estrangeiro, o que não acontecia desde o início da crise financeira do outono de 2019.

No entanto, algumas empregadas domésticas estão sem receber salário e estão a viver na rua sem capacidade financeira para regressar aos seus países.

“Com base nesta avaliação preocupante, há uma necessidade urgente de aumentar os serviços de assistência para o programa de regresso voluntário do Líbano”, sublinhou Mathieu Luciano, responsável da OIM.

A organização pediu uma aceleração dos regressos voluntários de milhares de trabalhadores imigrantes retidos no Líbano, garantindo que está a procurar financiamento adicional para custear o programa.

LUSA/HN

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