Rivaroxabano associado à aspirina reduz eventos isquémicos em doentes com doença arterial periférica após revascularização dos membros inferiores

27 de Maio 2021

Novos dados do estudo de fase 3 VOYAGER PAD mostram que, em associação com aspirina (100 mg, uma vez por dia), Xarelto™ (2,5 mg, duas vezes por dia) reduz consistentemente os eventos vasculares graves em doentes com doença arterial periférica (DAP), após revascularização dos membros inferiores (RMI), comparativamente à aspirina em monoterapia, independentemente de se tratar do primeiro, segundo, terceiro evento ou evento subsequente.

Os resultados primários do estudo VOYAGER PAD mostraram que Xarelto associado a aspirina reduzia os primeiros eventos em 15% nos doentes com DAP após RMI. Esta análise revelou um enorme impacto nos eventos subsequentes e uma redução sistemática de 14%, tanto dos eventos do endpoint primário como dos eventos vasculares totais, ao longo de um período mediano de 2,5 anos.

Estes resultados foram apresentados numa sessão dedicada aos dados mais recentes, durante a 70.ª Sessão Científica Anual virtual do Colégio Americano de Cardiologia (ACC.21), e simultaneamente publicados no Journal of the American College of Cardiology.

A DAP é uma doença circulatória crónica que causa um estreitamento dos vasos sanguíneos, reduzindo o fluxo de sangue para os membros, mais frequentemente para as pernas. Embora a DAP seja geralmente assintomática nas suas fases iniciais, os sintomas podem tornar-se progressivamente mais graves e exigir um procedimento de revascularização para evitar a amputação.

“Mesmo vários anos após a revascularização, os doentes com DAP continuam a ter um risco bastante elevado de eventos trombóticos futuros, devido a um nível excessivo de produção de trombina e de agregação plaquetária”, explicou o Dr. Marc P. Bonaca, do Departamento de Medicina, Divisão de Medicina Cardiovascular, Anschutz Medical Campus, Universidade do Colorado, Aurora, Colorado.

Segundo Marc P. Bonaca, esta “análise do estudo VOYAGER PAD estendeu-se para além do primeiro evento e encontrou reduções nos eventos trombóticos subsequentes com rivaroxabano associado a aspirina, sublinhando a importância da prevenção a longo prazo nestes doentes de alto risco”.

Além de avaliar o tempo até ao primeiro evento, esta subanálise do estudo VOYAGER PAD também avaliou os eventos trombóticos que ocorreram após o primeiro evento. Especificamente, mostrou que Xarelto associado a aspirina reduzia significativamente os eventos do endpoint primário (isquemia aguda dos membros, amputação major por causas vasculares, enfarte do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral isquémico não fatal ou morte por causa vascular) comparativamente à aspirina em monoterapia [razão de risco (hazard ratio, HR)=0,86, intervalo de confiança (IC) de 95%: 0,75-0,98; p=0,02].

O regime de Xarelto associado a aspirina também reduziu significativamente os eventos vasculares totais (todos os endpoints primários, juntamente com as revascularizações periféricas subsequentes da perna índice e contralateral e os acontecimentos tromboembólicos venosos) comparativamente à aspirina em monoterapia (HR=0,86, IC 95%: 0,79-0,95; p=0,003).

No estudo VOYAGER PAD, não foi observado um aumento significativo da hemorragia major associada à trombólise no enfarte do miocárdio (TIMI) em doentes tratados com Xarelto associado a aspirina comparativamente à aspirina em monoterapia (2,65% vs. 1,87%, respetivamente; HR=1,43, IC 95%: 0,97-2,10; p=0,07).

PR/HN/Rita Antunes

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