IL atribui à ineficácia do Estado atraso do Hospital Lisboa Oriental

16 de Setembro 2021

A Iniciativa Liberal simulou esta quinta-feira o lançamento da primeira pedra do futuro Hospital Lisboa Oriental para criticar o atraso no arranque da obra, considerando-o uma demonstração de ineficácia do Estado.

“É um caso absolutamente paradigmático de como um estado ineficaz, seja a nível central ou local, consegue fazer atrasar uma obra de vital importância. A ideia do Hospital Lisboa Oriental já data de 2006, estamos em 2021 e não há decisão de quem vai ser o construtor, provavelmente não vamos ter hospital aqui antes de 2023, provavelmente muito depois disso. Vão ser 20 anos de atraso”, afirmou o presidente do partido, João Cotrim de Figueiredo.

O presidente dos liberais falava durante uma ação de campanha autárquica, no terreno da freguesia de Marvila onde está prevista a edificação do novo hospital, uma obra cujo concurso de adjudicação está na fase de avaliação final e deve estar concluído até ao fim do ano.

Cotrim de Figueiredo sublinhou que “este hospital vai estar construído muitos anos depois de uma estrutura privada que abriu há pouco tempo, que tem uma dimensão que se equipara a esta e que entre plano e a abertura demorou menos de cinco anos, com um custo de um terço do que está previsto para o Hospital Lisboa Oriental”, que deverá rondar os 300 milhões de euros.

“Vai ser construído […] através de um parceria público-privada [PPP] de construção. Ou seja, o Estado admite que é mais eficaz construir um hospital em PPP, mas não admite, apesar dos repetidos relatórios do Tribunal de Contas e de outras entidades […], que é mais vantajoso para as populações e para o Orçamento do Estado ter PPP”, disse.

O presidente da IL acrescentou ainda que serão quase “20 anos de inação, com a cumplicidade da Câmara Municipal de Lisboa”, acusando o executivo socialista da autarquia de não exigir celeridade aos poderes públicos numa obra tão importante, que vai substituir várias unidades hospitalares da capital.

Insistindo na ideia de que as PPP avaliadas nos últimos anos “mostraram ser mais económicas para o Estado” e com índices de qualidade de cumprimento que não existem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), Cotrim de Figueiredo afirmou que, “apesar dos esforços dos profissionais do SNS, é preciso uma reforma e estrutural do mesmo” que a IL promete propor durante esta sessão legislativa.

O cabeça de lista da IL por Lisboa para as eleições de 26 de setembro, Bruno Horta Soares, salientou a ideia de que o atual presidente da câmara, Fernando Medina, “não só não faz como não exige que seja feito”.

“Há quatro anos, prometeu seis centros de saúde, conseguiu construir um. Temos a convicção de que Fernando Medina está na Câmara Municipal de Lisboa ao serviço do Governo”, afirmou o candidato, acrescentando que “há um nível de exigência que [a câmara] deve colocar ao Governo, algo que só se faz com independência”.

Sobre o futuro hospital, Horta Soares abordou a questão da eventual localização da unidade materno-infantil e de pediatria numa das alas — preocupação levantada pelo diretor de pediatria do Hospital D. Estefânia, Gonçalo Cordeiro Ferreira —, exigindo que “esteja separada do hospital central, porque é isso que dizem as boas práticas”.

Além de Bruno Horta Soares, concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).

LUSA/HN

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