“Teria votado na pessoa em quem as casas de apostas estavam a apostar. E essa pessoa tem todo o futuro pela frente. Falo de Alexei Navalny”, disse o editor do jornal russo Novaya Gazeta, dedicando mais uma vez o seu prémio aos colaboradores da sua Redação que foram assassinados.
Muratov foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz em pleno clima de repressão contra os opositores políticos, os ‘media’ independentes e as organizações não governamentais que criticam o Kremlin.
“Não sei como (este prémio) influenciará a censura que foi posta em prática”, disse Muratov, acrescentando que doará parte da soma do prémio para apoiar “os ‘media’ independentes e autónomos” da Rússia.
Hoje mesmo, as autoridades russas classificaram nove pessoas, incluindo jornalistas, como “agentes estrangeiros”, o que os sujeita a tediosos procedimentos administrativos e controlos de suas despesas, sob pena de prisão.
Várias organizações também foram incluídas na lista, incluindo o portal eletrónico de investigação Bellingcat, que revelou os nomes de vários agentes russos envolvidos em tentativas de assassínio, incluindo o envenenamento de Alexei Navalny no ano passado.
O Prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pela defesa da liberdade de imprensa e de expressão, anunciou o Comité Nobel Norueguês.
Os dois jornalistas foram distinguidos “pela sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia. Ao mesmo tempo, são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal num mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, justificou a presidente Comité Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen.
LUSA/HN
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