Aumentar o policiamento das ruas do Porto “é uma questão fulcral e de máxima importância”, declarou Miguel Camões, presidente da Associação da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto, em entrevista à Lusa um dia depois da morte de um jovem de 23 anos, vítima de espancamento numa rua da Baixa da cidade do Porto na madrugada de domingo.
“Vemos com muita preocupação que, a partir do aliviar das medidas restritivas, e com a abertura tardia dos espaços de diversão noturna criou-se um novo hábito de consumo de álcool na rua, em praças e locais públicos, que leva a ajuntamentos de centenas e às vezes de milhares de jovens, sem qualquer tipo de controlo, que vão bebendo álcool em quantidades enormes”, provocando “insegurança numa cidade”.
Esse conjunto de jovens pela cidade toda, já embriagados muito cedo cria “situações de insegurança na cidade e que infelizmente tiveram este fim de semana como desfecho a pior das situações que podíamos esperar e isto é uma coisa que nos preocupa muito”, reitera o empresário.
Miguel Camões assume que a segurança dentro e fora dos estabelecimentos noturnos é “um pilar do bom funcionamento do setor” e recorda que desde 2017 que a associação tem vindo a alertar a Câmara do Porto e a polícia de que é preciso mais policiamento nas ruas.
“É uma reivindicação muito antiga de que a Baixa do Porto precisa de mais policiamento. Já desde 2017 que vimos alertando a autarquia e a polícia de que é preciso mais policiamento nas ruas”, disse, lembrando que os empresários da noite durante dois anos consecutivos fizeram policiamento gratificado nas ruas do Porto “pago pelos empresários associados” e que e que só terminou em março de 2020 por causa da pandemia e com o encerramento dos estabelecimentos.
Apesar das dificuldades de tesouraria que o setor enfrenta, e por considerar que a segurança é assunto para o Governo resolver, Miguel Camões avançou à Lusa que a associação encetou novamente diligências junto da polícia para haver mais policiamento.
“Já encetámos novamente diligências junto da PSP para vermos de que forma é que podemos pôr policiamento na rua, mas isto é claramente uma responsabilidade do Governo, do Ministério da Administração Interna, não é nosso. É preciso mais policiamento nas ruas da cidade do Porto, sem a menor dúvida”, frisou.
O caso da morte de um jovem na noite do Porto ocorreu na zona de Passos Manuel, na Baixa do Porto, cerca das 03:00 de domingo, quando um rapaz de 23 anos foi espancado e ficou inconsciente e inanimado na via pública, tendo depois as autoridades conduzido o jovem em estado grave para o Hospital de Santo António, onde veio a falecer ainda nessa madrugada.
Vários incidentes têm marcado a noite do Porto, mormente aos fins de semana, mas as autoridades não estabelecem, para já, qualquer associação com esses casos.
O jovem foi basquetebolista no Guifões Sport Clube, em Matosinhos.
Numa publicação na página oficial na rede social Facebook, o clube de Matosinhos deu conta da morte: “No dia de ontem [domingo] acordámos com a triste notícia de que o nosso ex-atleta Paulo Correia sofreu um ataque violento que o colocou numa situação de luta pela vida. Infelizmente, a situação era demasiado grave pelo que acabou por falecer”.
O suspeito de ter espancado o jovem de 23 anos na Baixa do Porto ficou em prisão preventiva, avançou hoje fonte policial.
LUSA/HN
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