“Depois de acalmar ao longo de mês e meio, a epidemia recuperou. Só se poderá perceber a importância dentro de poucas semanas. Nos últimos dias, tem-se registado um aumento das infeções em todo o país e em todas as faixas etárias. Está, infelizmente, a tomar um rumo fora do comum”, assumiu o virologista e porta-voz do Instituto de Saúde Pública (ISP) da Bélgica, Yves van Laethem.
Segundo os dados sanitários oficiais mais recentes, a Bélgica registou 358 novas infeções por cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, o que representa um aumento de 55% em duas semanas, tendo contabilizado cerca de 6.000 casos diários nos últimos dias. A taxa de incidência acumulada em Bruxelas chegou aos 514 casos.
São números que não eram alcançados há um ano, antes do início das campanhas de vacinação na União Europeia (UE).
Quarta-feira passada, e apesar de 73,9% dos adultos belgas estar vacinado com as duas doses contra o novo coronavírus, as hospitalizações tinham crescido 53% comparativamente aos sete dias anteriores, tendo-se contabilizado uma média de 93 internamentos entre os dias 15 e 21 deste mês.
Para aumentar as taxas de vacinação, o governo de Bruxelas, mas também o da região da Valónia (sul da Bélgica), implementou, a 15 deste mês, a obrigatoriedade de apresentação de um certificado de vacinação em bares e restaurantes.
“Há sempre um atraso nos internamentos em relação às novas infeções. Por isso, nas próximas semanas, esperamos um aumento acentuado nas hospitalizações, apesar do alto índice de vacinação”, afirmou o porta-voz do ISP belga.
Em duas semanas, o número de mortes aumentou 50%, com uma média de 12 por dia, elevando o total de óbitos associados ao novo coronavírus na Bélgica para 25.835.
As infeções estão a aumentar em asilos e lares de idosos, embora os surtos pareçam vir principalmente de locais de trabalho (23%) e escolas (53%), acrescentou Van Laethem, que apontou, no entanto, que “oito em cada dez” centros educacionais não apresentam problemas.
O virologista e porta-voz do ISP belga recomendou aos maiores de 65 anos e os imunodeprimidos a toma de uma terceira dose da vacina, enquanto o Governo belga convocou a comissão de saúde para avaliar a situação na próxima semana.
A covid-19 provocou pelo menos 4.926.579 mortes em todo o mundo, entre mais de 242,39 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
NR/HN/LUSA
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