“Na sexta-feira atingimos 80% da população com 18 anos de idade ou mais vacinada, 54% com duas doses, completas. Mas, não queremos ficar por aqui”, afirmou no domingo à noite o chefe do Governo, em São Miguel, na cerimónia de comemoração do aniversário das Organização das Nações Unidas.
Contudo, Ulisses Correia e Silva sublinhou que é preciso fazer “subir” a taxa de vacinação em alguns municípios, nomeadamente no norte de Santiago, abaixo da média nacional: “É subindo que nós todos nos protegemos muito mais uns aos outros”.
“Queremos chegar ao final com um nível superior de vacinação, toda a população elegível”, disse ainda.
Cabo Verde já recebeu mais de 715 mil doses de vacinas contra a covid-19, doadas sobretudo por países europeus e pelo mecanismo Covax (ONU), quantidade que já garante uma cobertura próxima do total da população adulta do arquipélago.
“Agradeço a todos os parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde. A forma como estamos a dar o bom combate é fruto de um trabalho conjunto, das instituições, das organizações, dos cabo-verdianos e de uma boa parceria”, afirmou Ulisses Correia e Silva, que sublinhou igualmente o papel da ONU, por se afirmar “cada vez mais como uma instituição insubstituível”.
“Em momentos de crise é que damos mais importância a organismos e sistemas que sem os quais estaríamos muito menos protegidos e capazes de dar respostas. Não há alternativas ao multilateralismo”, apontou o primeiro-ministro cabo-verdiano.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o arquipélago recebeu até final de setembro 615.150 doses de vacinas, e no dia 03 de outubro chegou ao aeroporto da Praia o mais recente donativo, de 100.000 doses, dos Estados Unidos da América, através do mecanismo Covax.
No plano de vacinação contra a covid-19, o Governo cabo-verdiano estimou em 370.362 a população elegível para ser vacinada, correspondendo a todos com mais de 18 anos. Sem contar com perdas no processo, as doses recebidas por Cabo Verde até ao momento já são suficientes para vacinar mais de 357 mil pessoas.
As primeiras doações de vacinas chegaram a Cabo Verde em março passado, através do mecanismo Covax, lançado pela Organização Mundial da Saúde (ONU) e financiado por vários parceiros internacionais, como a União Europeia. Chegaram então 24.000 doses de vacinas AstraZeneca (as únicas produzidas na Índia administradas no arquipélago até agora) e 5.800 da Pfizer.
Portugal já fez duas doações de vacinas, em maio e em julho, totalizando 48.000 doses da AstraZeneca. Igualmente daquele fabricante foram doadas a Cabo Verde mais 100 mil doses pela Hungria em junho, 150.050 doses pelos Países Baixos em julho e 150 mil doses pela Eslovénia (cujo transporte foi assegurado pelo instituto Camões, de Portugal) em setembro, enquanto o Luxemburgo cedeu outras 56.000 doses.
Antes, Cabo Verde recebeu ainda 31.200 doses também da AstraZeneca da França, através do mecanismo Covax, e 50 mil doses da Sinopharm doadas pela China, enquanto o recente donativo dos Estados Unidos, via Covax, envolveu 100 mil doses da Moderna.
Entretanto, o Governo cabo-verdiano traçou a meta de vacinar 85% da população adulta até final de outubro, face à necessidade de relançamento do turismo a tempo do próximo inverno na Europa, época alta da procura turística pelo arquipélago por parte dos países emissores, num setor que representa 25% do Produto Interno Bruto cabo-verdiano e está praticamente parado desde março de 2020, devido à pandemia.
NR/HN/LUSA
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