Este projeto integra-se no Consórcio Data4Life, que vai agora candidatar-se ao PRR para garantir a expansão da solução. A plataforma Plano-A foi desenvolvida durante a pandemia tendo em vista resolver os problemas criados pelo distanciamento físico entre doentes crónicos e profissionais de saúde. A solução inclui aplicações para pacientes e para médicos apoiadas por inteligência artificial e está já a ser pilotada em duas unidades prestadoras de serviços de saúde.
A solução permite que os utentes façam as medições dos sinais biométricos e o registo de informação sobre o seu estado de saúde, recebendo depois alertas e recomendações dos profissionais de saúde que os acompanham. Para os médicos, a aplicação facilita a gestão do acompanhamento à distância de cada utente, apresentando os dados de saúde relevantes, incluindo informação preditiva gerada pela inteligência artificial e relativa ao nível de risco de agravamento de cada doença.
“Trata-se de uma grande inovação na forma como os doentes podem partilhar os seus dados de saúde com o seu médico, a partir do conforto de sua casa e aliviando assim a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde”, disse Matilde Pato, professora assistente do Departamento de Engenharia de Eletrónica e Telecomunicações e de Computadores do Instituto de Engenharia Superior de Lisboa. Matilde Pato sublinha ainda que a aplicação vai permitir “que os utentes tenham um papel principal nos seus tratamentos”.
Ricardo Correia, co-fundador e administrador da startup tecnológica genesis.studio, afirmou: ”Estamos entusiasmados com este projeto, com a sua forte componente universitária, a participação de vários investigadores em engenharia informática, biomédica e de ciência dos dados de primeira linha, e o envolvimento e proximidade de prestadores de serviços de saúde”.
O Plano-A é uma das aplicações e plataformas de saúde digital das 16 entidades que integram o Consórcio Data4Life, no âmbito de um programa de investimento de 25 milhões de euros submetido ao Plano de Recuperação e Resiliência. O projeto prevê a criação direta de 70 postos de trabalho altamente qualificados e de programas de mestrado e de doutoramento nas áreas da ciência de dados aplicada à saúde, engenharia informática e biomédica. O Consórcio pretende que mais pessoas e serviços de saúde acedam a esta inovação, reforçando ao mesmo tempo a posição de Portugal como referência em inovação e cooperação na saúde digital.
Sobre a candidatura ao PRR, Ricardo Correia destaca: “O PRR é uma oportunidade para um avanço sem precedentes em cuidados de saúde digital de maior qualidade, e com menores custos. Da cooperação entre os participantes do consórcio Data4Life irá resultar conhecimento e tecnologia de ponta que podem ser exportados, levando melhores serviços de saúde também a outras geografias e reforçando a posição de Portugal como referência em inovação e cooperação na saúde digital”.
PR/HN/Rita Antunes
0 Comments