Numa cimeira regional realizada em Dacar, capital do Senegal, que decorreu entre domingo e terça-feira, os participantes apelaram ao reforço dos sistemas de saúde, de modo a que a sociedade civil organizada e as comunidades afetadas sejam incluídas como parceiros essenciais nos órgãos de decisão.
“As provas mostram que a resposta à sida é mais eficaz quando organizações lideradas pela comunidade prestam serviços como parte integrante da resposta pública”, disse o diretor executivo da Onusida, Winnie Byanyima.
O responsável também observou que as políticas de saúde precisam de ser atualizadas para alinhar os programas governamentais com os mais recentes dados científicos e provas de eficácia, apelando a um aumento de 33% nos recursos financeiros nacionais e internacionais dedicados ao VIH, até 2025.
“A investigação da Onusida mostra que 2,67 mil milhões de dólares até 2025, um aumento de 33%, assegurariam financiamento suficiente para uma resposta abrangente ao VIH” na África Ocidental e Central, refere o programa da ONU, alertando que o progresso insuficiente na resposta apenas aumenta os custos a longo prazo.
A agência da ONU espera que, com estas e outras ações em curso, 95% das pessoas nesta parte do continente africano conheçam o seu estado em relação ao VIH e iniciem o tratamento até 2025, contribuindo para uma redução “dramática” do número de mortes relacionadas com a sida e novas infeções.
Durante a cimeira, governos, atores da sociedade civil, cientistas e outros parceiros reviram novos dados e progressos sobre o VIH nos últimos cinco anos e tomaram nota da nova Estratégia Global da ONU contra a Sida para o período 2021-2026.
“Comprometo-me a trabalhar convosco para defender com a União Africana (UA) e os seus parceiros o reforço do financiamento para a luta contra o VIH”, disse o Presidente senegalês, Macky Sal, ao prometer 2 mil milhões de francos cfa (pouco mais de 3 milhões de euros) para o combate ao vírus.
Na África Ocidental e Central vive 12% da população mundial infetada com o VIH, sendo a região onde se registam 22% de todas as mortes relacionadas com a sida a nível mundial, de acordo com dados da Onusida.
Em 2020, 73% das pessoas com VIH nestas regiões tinham acesso a testes e tratamentos (28% em 2015), o que é encorajador, mas fica aquém do objetivo de 81% para 2020.
LUSA/HN
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