TAQUICARDIA

26 de Novembro 2021

Dr. Ramiro Sá Carvalho, Cardiologista Hospital Cruz Vermelha

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TAQUICARDIA

26/11/2021 | Hospital cruz vermelha

No adulto a frequência cardíaca varia entre os 60 e os 100 batimentos por minuto, em repouso. Quando a frequência cardíaca aumenta acima dos 100 batimentos por minuto estamos perante uma taquicardia. 

A taquicardia pode acontecer como resposta normal do coração a estímulos externos, como o exercício físico ou o stress emocional, ou ser um sinal de doença cardíaca, pulmonar, outras de outras doenças como por exemplo da tiroide. Também é comum estar relacionada com a ansiedade, a febre, o tabagismo, o excesso de álcool, drogas ou cafeína, ou como efeito secundário de alguns medicamentos.

Certas situações podem aumentar o risco de desenvolver batimentos cardíacos acelerados – taquicardia:

# Doença das artérias coronárias

# Enfarte do miocárdio

# Insuficiência cardíaca

# Doenças inflamatórias ou degenerativas do coração

# Doença pulmonar crónica

# Doenças da tiroide 

Os sintomas da taquicardia são consequência da incapacidade do coração em bombear o sangue suficiente para o corpo, levando a um deficit de oxigénio nos tecidos. Habitualmente, a taquicardia causa sintomas como a sensação do coração estar a bater muito rápido (palpitações), falta de ar, cansaço, dor no peito, desmaios ou mesmo morte súbita. Algumas arritmias podem levar á formação de coágulos no sangue que provocam o acidente vascular cerebral.  

Em algumas situações, não existem sintomas e a taquicardia é detetada numa consulta de rotina ou num electrocardiograma.

Para chegar ao diagnóstico e perceber a causa/origem da taquicardia é necessário um exame clínico completo e a realização de vários exames complementares, que podem ser exames simples como um electrocardiograma, ecocardiograma ou um holter, ou haver necessidade de efetuar exames invasivos, mais complexos, como estudo electrofisiológico ou coronariografia. 

Só com o diagnóstico e a causa/origem da taquicardia é que se consegue instituir o tratamento de uma forma mais eficaz.

O tratamento da taquicardia deve ser indicado pelo médico assistente/cardiologista e varia de acordo com o tipo de taquicardia e a sua causa. E também é diferente se estamos perante um episodio agudo ou se o objetivo é a prevenção de novos episódios ou o seu controlo. 

Durante um episódio agudo de taquicardia o tratamento pode ser o realizar de simples manobras vagais, como tossir ou colocar gelo na face, ou haver necessidade de medicamentos intravenosos ou mesmo a aplicação de um choque elétrico.

A prevenção de novos episódios pode ser feita mediante a toma de medicamentos, por uma intervenção invasiva através de um cateterismo (ablação) ou pela colocação de um pacemaker ou de um desfibrilhador. Este dispositivo especial (desfibrilhador) tem a capacidade de perceber qual é o tipo de taquicardia, e se for um tipo de taquicardia que coloca a vida em perigo, consegue corrigir.

O controlo e tratamento das situações crónicas é principalmente dirigido á causa da taquicardia, ou seja, ao controlo e tratamento da doença que está a provocar a taquicardia. Se a causa é uma doença cardíaca, este tratamento pode necessitar de medicamentos ou mesmo de uma intervenção cirúrgica. 

Outro aspeto importante é a prevenção das consequências que algumas taquicardias podem ter, nomeadamente a formação de coágulos sanguíneos, que podem ser evitados com recurso a anticoagulates.

A prevenção das situações que aumentam o risco de aparecimento de taquicardia, são medidas que reduzem o risco de desenvolvimento de doença cardíaca. Estas medidas, incidem sobre os fatores de risco que podemos modificar, ou através de mudanças no estilo de vida ou com intervenções farmacológicas, como são: a obesidade, o colesterol, a hipertensão arterial, o diabetes, o tabagismo, a vida sedentária, o stress. 

O acompanhamento pelo médico assistente / cardiologista e a realização de exames para avaliar o “estado de saúde do coração” também devem de ser adotados, no sentido da prevenção. 

Dr. Ramiro Sá Carvalho, cardiologista Hospital Cruz Vermelha 

 

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