Investigadores estudam envelhecimento prematuro de pacientes com Síndrome de Down

16 de Dezembro 2021

Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto vão estudar os mecanismos celulares por detrás do envelhecimento prematuro dos pacientes com Síndrome de Down, doença que afeta anualmente um em cada mil bebés.

Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto revela esta quinta-feira que o grupo de investigação, liderado por Elsa Logarinho, vai estudar os mecanismos celulares que estão na base do envelhecimento prematuro dos pacientes com Síndrome de Down.

O Síndrome de Down, descrito em 1866 pelo médio John Langdon Down, é uma alteração genética causada pela presença integral ou parcial de uma terceira cópia do cromossoma 21, motivo pelo qual é também designado como trissomia 21.

Esta condição, que afeta anualmente um em cada mil bebés, está associada a atraso no desenvolvimento infantil, feições faciais características, vários sintomas clínicos e uma variedade de características fisiopatológicas associadas ao envelhecimento prematuro, como doença de Alzheimer, perda auditiva e suscetibilidade a infeções respiratórias.

“Com a melhoria dos cuidados médicos, a esperança média de vida aumentou substancialmente para 60 anos, pelo que há mais pacientes a apresentar sintomas clínicos associados ao envelhecimento”, refere o instituto, acrescentando que o grupo de investigação beneficia da experiência prévia sobre as alterações cromossómicas e do seu papel na aceleração do envelhecimento celular.

Durante os próximos dois anos, a equipa liderada pela investigadora Elsa Logarinho, que recebeu uma bolsa no valor de 80 mil euros da Fundação Jérôme Lejeune, em França, vai estudar como a presença de uma cópia extra do cromossoma 21 “conduz à entrada prematura das células em senescência, uma condição pró-inflamatória que poderá estar na origem das doenças de envelhecimento prematuro” na síndrome, refere a investigadora.

Segundo Elsa Logarinho, o estudo vai ser feito com recurso a “células isoladas de pacientes com Síndrome de Down”.

Também citada no comunicado, a investigadora Monika Vilares esclarece que, com base em dados preliminares, a equipa vai testar pré-clinicamente a “eficácia de uma senoterapia capaz de atrasar a acumulação de células senescentes induzidas pela aneuploidia [alterações cromossómicas]”.

A Fundação Jérôme Lejeune financia programas de investigação fundamental, translacional e clínica em Síndrome de Dow e outras deficiências intelectuais de origem genética. Todos os anos, são avaliadas mais de 100 bolsas e distinguidos os projetos mais criativos e promissores cujas investigações permitam aos pacientes uma vida mais saudável e longa.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Diagnóstico e tratamento da demência em destaque no Hospital CUF Porto

Com o objetivo de atualizar os profissionais de saúde sobre as mais recentes inovações no diagnóstico e tratamento de queixas cognitivas e demência, a Unidade da Memória e a Unidade da Família do Hospital CUF Porto, em conjunto com a CUF Academic Center, realizam o Curso em Queixas Cognitivas e Demência, nos dias 11 e 12 de julho, no Hospital CUF Porto.

Despiste na A2 provoca um morto e um ferido grave em Ourique

Uma mulher morreu e um homem ficou gravemente ferido hoje, na sequência do despiste de uma viatura ligeira de passageiros na Autoestrada 2 (A2), junto a Ourique, distrito de Beja, disseram fontes da GNR e Proteção Civil.

Monitorização da Oferta Alimentar em Meio Escolar

A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral da Educação (DGE) publicaram os resultados da segunda avaliação à implementação do Despacho n.º 8127/2021, de 17 de agosto, que regula a oferta alimentar nos estabelecimentos de educação e ensino da rede pública.

MAIS LIDAS

Share This