“Nos últimos dias foram veiculadas notícias relatando as dificuldades na manutenção do serviço de urgência 24 horas por dia. Uma situação que coloca em causa o apoio as populações, ainda mais nestes tempos de crise pandémica”, diz a assembleia municipal, em comunicado enviado à agencia Lusa.
A posição consta de uma moção apresentada pelos eleitos da CDU e aprovada na mais recente sessão da Assembleia Municipal de Serpa, na quarta-feira, com os votos a favor dos deputados comunistas e socialistas, e os votos contra do Chega e da coligação PSD/CDS-PP.
Na moção, intitulada “Em defesa do Hospital de São Paulo”, os eleitos afirmam que não podem “ficar indiferentes” ao que se passa nesta unidade e consideram que “a indefinição quanto ao futuro” do hospital, em especial das urgências, “causa a maior das preocupações entre a população”.
O hospital, sublinham, é “fundamental”, atendendo a que Serpa é “um dos maiores” concelhos do país em área e “o terceiro mais populoso” do Baixo Alentejo, a que se junta o facto de ser “deficiente cobertura de serviços de saúde nos territórios que constituem a margem esquerda do Guadiana”.
No documento, os eleitos defendem que o Hospital de São Paulo “deve, de imediato, retornar ao âmbito direto do Serviço Nacional de Saúde”, de onde “nunca deveria ter saído”.
A transferência da gestão desta unidade hospitalar para a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), fruto de um acordo de cedência assinado em 2014, foi feita “sem acautelar, minimamente, o serviço público e as necessidades dos utentes”, pode ler-se na moção.
Além disso, processou-se “à revelia de todos os pareceres e tomadas de posição contrárias” por parte da câmara, assembleia municipal e comissão de utentes, acrescenta.
O documento vai ser enviado ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, à ministra da Saúde, aos grupos parlamentares na Assembleia da República e à Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.
As urgências do Hospital de São Paulo vão fechar, entre as 00:00 e as 08:00, a partir de segunda-feira, por dificuldades em garantir médicos para assegurar as escalas, devido à pandemia de covid-19, explicou à Lusa o provedor da SCMS, António Sargento, na quarta-feira.
O provedor disse não ser possível prever por quanto tempo as urgências irão permanecer fechadas durante a madrugada, mas frisou que a SCMS e o conselho de administração do hospital “farão todos os esforços para inverter o mais rápido possível a situação” e reabrir o serviço naquele período.
António Sargento disse que a SCMS, a administração do hospital e o Estado português, que “é parceiro”, através do Ministério da Saúde e da ULSBA, tentaram “encontrar uma solução para a escala médica” da madrugada, mas não conseguiram “porque não há médicos”.
NR/HN/LUSA
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