Mortes maternas causadas pela hipertensão continuam a aumentar

12 de Janeiro 2022

A hipertensão crónica está a contribuir substancialmente para as mortes maternas nos Estados Unidos, com risco particular entre as mulheres negras, de acordo com uma nova pesquisa do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas da “Rutgers Robert Wood Johnson Medical School”.

A hipertensão crónica está a contribuir substancialmente para as mortes maternas nos Estados Unidos, com risco particular entre as mulheres negras, de acordo com uma nova pesquisa do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas da “Rutgers Robert Wood Johnson Medical School”.

O extenso estudo, publicado na edição de dezembro da revista “Hypertension”, analisou dados de mais de 155 milhões de nascimentos e 3.287 óbitos maternos relacionados com a hipertensão em mulheres de 15 a 49 anos, entre 1979 e 2018, nos Estados Unidos. O estudo mostrou um aumento de 15 vezes nas taxas de mortalidade materna associadas à hipertensão crónica num período de 40 anos.

“As mortes associadas à hipertensão em geral diminuíram nos Estados Unidos nos últimos 40 anos, mas esse declínio restringe-se a mulheres que têm como causa a pré-eclâmpsia/eclâmpsia. Isolando os dados de mulheres que têm como causa a hipertensão crónica, definida como uma condição hipertensiva pré-existente ou hipertensão diagnosticada nas primeiras 20 semanas de gravidez, as taxas de mortalidade aumentaram bastante — em média, cerca de 9,2% ao ano nos últimos 40 anos. Assim, é a hipertensão crónica que realmente impulsionou as tendências de mortalidade materna nos Estados Unidos nos últimos 40 anos”, referiu o autor do estudo, Cande V. Ananth, responsável da Divisão de Epidemiologia e Bioestatística do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas da “Rutgers Robert Wood Johnson Medical School”.

A incidência de óbitos maternos relacionados com a hipertensão aumentou acentuadamente com a obesidade e com a idade das mães, sendo maior entre as mulheres de 45 a 49 anos, constatou o estudo. Os investigadores também descobriram uma disparidade racial substancial nas tendências das taxas de mortalidade materna devido a condições hipertensivas, assinalou Cande Ananth.

“As mulheres negras apresentavam três a quatro vezes mais risco de morrer por uma causa relacionada com a hipertensão em comparação com as mulheres brancas nos Estados Unidos, e essa disparidade tem persistido nos últimos 40 anos”, assinalou o investigador, observando que os problemas relacionados com o acesso aos cuidados de saúde e muitos fatores de risco para complicações hipertensivas são maiores entre as mulheres negras do que entre as brancas, o que contribui para essa disparidade.

São necessárias estratégias para reduzir os óbitos maternos relacionados com a hipertensão, introduzindo melhorias em áreas como a idade materna avançada, obesidade e iniquidades raciais nos cuidados de saúde — questões que merecem “atenção urgente à saúde pública”, defendem os investigadores. Estes dados também reforçam a necessidade de melhor identificar e tratar as mulheres com hipertensão crónica e desenvolver intervenções pré-natais direcionadas, incluindo o controlo rigoroso da pressão arterial e esforços para reduzir o índice de massa corporal.

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