“Com esta ferramenta, a chamada é devolvida ao utente e essa pequena nuance permite que, no fundo, o secretário [da unidade de saúde] consiga organizar o seu tempo de forma conseguir atender os utentes presencial e devolver a chamada”, explicou o diretor executivo do ACES Porto Oriental, Álvaro Pereira.
O sistema que entrou ontem em funcionamento naquele agrupamento de centros de saúde estava a ser testado em cinquenta unidades de saúde – uma por cada agrupamento – da área da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), onde o projeto arrancou, com resultados muito promissores.
“Nós passámos de uma taxa de eficácia de atendimento de 10% a 20% para uma taxa [média] de 80% a 90%. Na maioria dos dias é de 100%. É no fundo uma revolução num problema muito conhecido nos cuidados de saúde primários: que é ninguém atende o telefone”, observou, clarificando que os dados indicados foram recolhidos durante o período experimental do sistema.
A aplicação, “banal” nas empresas, mas, até ao momento, não disponível nos cuidados de saúde primários, continuou, tem uma de duas funções: a primeira é substituir o atendimento presencial por uma gravação que coloca à disposição do utente um conjunto de opções, tais como: marcação de consulta do dia ou consulta programada ou renovação receitas, entre outros.
Quando a opção é selecionada pelo utente, a aplicação procede então à gravação do número que fez o contacto, gerando depois uma tarefa – ordenada pela hora da chamada e pelo motivo.
Através dessa mesma aplicação, explica Álvaro Pereira, é feita uma chamada “no mais breve tempo possível” para o utente.
“Muitas vezes a dificuldade é conciliarmos o timing entre a chamada e a disponibilidade do secretário [da unidade de saúde]”, afirmou, salientando que com este sistema esta questão fica resolvida.
De acordo com aquele responsável, o sucesso e a satisfação quer de utentes, quer de profissionais levou a que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) adquirem-se a licença da utilização da ferramenta, disponibilizada por uma empresa sueca, para implementar em todo o país, à semelhança do que aconteceu nas unidades de saúde do Porto Oriental onde o sistema entrou ontem em vigor.
“Na próxima semana, [o sistema] vai ser implementado no ACES da Póvoa/Vila do Conde. Depois na semana a seguir para o ACES Gerês/Cabreira. A ideia é um agrupamento por semana, e espera-se que no espaço de três meses, é esse o plano, toda a Região Norte esteja coberta com esse sistema”, adiantou.
LUSA/HN
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