Organizado pela Associação de Apoio ao Serviço de Cuidados Intensivos (ASCI) do CHUP, o VIII Congresso Internacional de Cuidados Intensivos arranca sábado com os testemunhos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como do internacional português Cristiano Ronaldo e com ambos a elogiar e a agradecer o papel dos médicos intensivistas.
“Há um ano eu sublinhava a gratidão que agora retomo de um modo ainda mais intenso e afetivo. Não quero que fiquem com a sensação de que um ano depois isso se desvaneceu com o deslizar da pandemia e que a passagem da pandemia ao que chamam endemia retira mérito e crédito e significa reconhecer menos o papel dos intensivistas. Pura ilusão”, é parte da mensagem que Marcelo Rebelo de Sousa dirigirá aos congressistas.
Já Cristiano Ronaldo recorre a expressões como “luta constante” e “duras batalhas” para agradecer aos profissionais de saúde: “Acompanho-vos muito e estou muito orgulhoso de todos vocês”, sintetiza o jogador internacional.
Com o tema “Cuidados Intensivos pós-pandemia”, o evento conta com mais de 5.000 inscritos, entre médicos intensivistas, de medicina interna e enfermeiros, refere informação remetida pelo CHUP à agência Lusa.
“Vamo-nos confrontar no futuro com semelhantes e porventura maiores desafios do que os que vivemos no passado recente. Mas, como nós intensivistas bem sabemos, a nossa especialidade está em constante e rápida evolução, com diário aperfeiçoamento dos instrumentos de diagnóstico e terapêutica, que exigem dos poderes instituídos cada vez maiores investimentos e dos profissionais um esforço permanente de atualização científica e técnica”, refere o presidente do congresso, Aníbal Marinho, citado na informação disponibilizada pelo CHUP.
O também diretor do Serviço de Cuidados Intensivos deste centro hospitalar que inclui o Hospital de Santo António acrescenta que “durante a pandemia foi muitas vezes descurada a saúde e as medidas preventivas de doença, nomeadamente de doenças neoplásicas, do doente não covid, pelo que na atualidade são precisas respostas em tempo útil”.
Em causa está, continua o especialista, “uma população muito envelhecida, com múltiplas comorbidades, mais frágil e dependente, que necessita de cuidados de saúde mais frequentes e, também de um apoio social adequado”.
“A nossa luta não acaba aqui, muito pelo contrário é previsível um aumento significativo de doentes graves na fase pós-covid que vão necessitar de estar internados em unidades de cuidados intensivos nível 2 ou nível 3. Desenganem-se aqueles que pensam que a pressão ao nível do sistema de saúde vai abrandar, pelo contrário, o ‘abandono’ de doentes não covid durante os últimos dois anos vai ter sérias consequências na saúde da população e na pressão sobre o sistema de saúde”, analisa Aníbal Marinho.
Está prevista a participação, em formato virtual, de cerca de 300 profissionais de saúde nacionais e cerca de 100 especialistas internacionais oriundos da Europa, Ásia, América Latina, Estados Unidos da América, Canadá e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
Em simultâneo, na mesma plataforma virtual, decorre o XXIV Congresso Anual da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica, bem como o VII Simpósio Internacional de Enfermagem.
Este congresso conta com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, nomeadamente do Núcleo de Estudos de Nutrição Clínica, e da Federação Pan-Americana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica e Intensiva.
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