Em declarações ao diário regional Neue Osnabrücker Zeitung, o presidente do Sindicato da Polícia (GdP), Oliver Malchow, salientou que pode haver conflitos violentos entre apoiantes dos dois lados, incluindo “ataques contra representações e instituições oficiais dos dois Estados”.
A perspetiva levou Oliver Malchow a defender que a polícia federal e as dos estados federados se preparem para uma situação grave, tendo acrescentado que vai passar a ser feita, todos os dias, uma avaliação do impacto do conflito na segurança interna alemã.
O presidente do Sindicato da Polícia Alemã (DPoIG), Rainer Wendt, secundou a posição de Malchow, adiantando a possibilidade de haver outros possíveis alvos.
“A Alemanha pode ser alvo de ataques terroristas, visando, por exemplo, danificar ou destruir instalações de infraestruturas críticas”, alertou, citando como exemplo os ciberataques registados nos últimos anos contra várias instituições ou indústrias e acrescentando que o fornecimento de energia também é um alvo potencial.
Wendt também expressou a necessidade de proteger das autoridades russas os refugiados ucranianos que chegam à Alemanha.
“Sabemos na Alemanha, por experiência própria e dolorosa, que os serviços secretos russos não se abstêm de realizar a sua atividade assassina também em solo alemão”, afirmou.
Em dezembro passado, um cidadão russo foi condenado a prisão perpétua pelo assassinato, em plena luz do dia, de um opositor checheno-georgiano no parque Kleiner Tiergarten, em Berlim, em nome de Moscovo.
Por outro lado, os sindicatos lembraram que estão sobrecarregados com as manifestações convocadas para protestar contra a guerra na Ucrânia, que implicam deslocar mais agentes.
Malchow explicou que o aumento das manifestações, primeiro por causa da pandemia de Covid-19 e agora por causa da guerra na Ucrânia, representa “sempre um enorme fardo adicional para a polícia”.
Por isso, Wendt defendeu uma melhoria do quadro de pessoal e material da polícia em todo o país.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou a morte de centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev e mais de 830 mil refugiados, de acordo com as Nações Unidas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
LUSA/HN
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