Pandemia acelera desigualdade de género em Macau, pedidos de ajuda crescem

7 de Março 2022

Especialistas disseram à agência Lusa que a pandemia de covid-19 acelerou a desigualdade de género em Macau, onde A Associação Geral de Mulheres registou um aumento significativo de pedidos de ajuda nos últimos dois anos.

Especialistas disseram à agência Lusa que a pandemia de covid-19 acelerou a desigualdade de género em Macau, onde A Associação Geral de Mulheres registou um aumento significativo de pedidos de ajuda nos últimos dois anos.

Segundo a associação, o número de pedidos ajuda à associação aumentou significativamente, em comparação com o período pré-pandémico: 359 casos em 2018, 337 em 2019, 1.236 casos em 2020 e 904 em 2021.

“A pandemia causou a algumas mulheres a perda dos seus empregos, perturbou o mercado de empregadas domésticas em Macau, aumentou as responsabilidades financeiras e familiares das mulheres, e dificultou a progressão das mulheres em Macau na carreira profissional, o que, de facto, afetará o progresso da igualdade de género”, salientou a professora associada da Universidade de Macau e ex-deputada da Assembleia Legislativa, Agnes Lam.

De acordo com os últimos dados oficiais, a população feminina ainda é superior à população masculina, representando 53% da população total, sendo que a taxa de participação da força de trabalho feminina é de 66,8%.

No entanto, as “as mulheres representam 44,1% do número total de funcionários públicos e 41% do número total de líderes e dirigentes”, adiantou a deputada e vice-presidente da Direção da Associação Geral das Mulheres de Macau, Wong Kit Cheng.

Já a licença de maternidade paga é até 70 dias para as funcionárias, enquanto os homens têm direito a apenas cinco dias de licença de paternidade.

Agnes Lam Iok-fong sustentou que Macau é uma sociedade com fortes valores tradicionais, na qual “o homem ganha o dinheiro, enquanto a mulher se ocupa das tarefas domésticas” e que a entrada das mulheres na política não é bem vista. “Isto é uma fonte de desigualdade”.

“Além disso, muitas mulheres em Macau são novas imigrantes que casaram no país e têm poucos laços sociais próprios, o que as torna um grupo de alto risco para a violência doméstica em Macau”, acrescentou.

De acordo com um último estudo governamental, que data de 2017, o Índice de Desigualdade de Género de Macau deixa o território em 14.º lugar, entre 189 países/regiões do mundo.

NR/HN/LUSA

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