“Temos dias difíceis à nossa frente. E temos de estar prontos para os enfrentar se não queremos que a solidariedade permaneça apenas palavras”, disse Steinmeier num discurso antes de um concerto no palácio presidencial de Bellevue de apoio à Ucrânia.
O Presidente, cujo discurso foi virtual desde que recentemente testou positivo para a Covid-19, defendeu as sanções já em vigor contra a Rússia como “inquestionáveis”.
“E a verdade é que o mais difícil ainda está para vir”, acrescentou.
A Alemanha, que importa 50% do gás que consome da Rússia, enveredou sob o Governo do chanceler social-democrata Olaf Scholz o caminho para reduzir a dependência energética daquele país.
Contudo, o ministro da Economia alemão, o verde Robert Habeck, advertiu também que o processo será demorado e que o país não se pode permitir uma proibição imediata das importações.
Para tentar atenuar os efeitos do aumento dos preços da energia e dos combustíveis, o Governo já adotou uma série de medidas, incluindo reduções fiscais e ajuda direta aos cidadãos e empresas.
O concerto de solidariedade no palácio presidencial foi marcado pela ausência do embaixador da Ucrânia, Andrij Melnyk, que na sua conta do Twitter expressou o seu descontentamento por, na sua opinião, o evento estar dominado por solistas russos.
Fontes presidenciais lamentaram também através da rede social a reação do embaixador e recordaram que o concerto dá um papel de liderança ao compositor e pianista ucraniano Valentin Silvestroy, que fugiu do seu país e outro dos solistas da gala.
A orquestra é composta por músicos da Ucrânia, Rússia, Polónia e Bielorrússia, recordaram as mesmas fontes.
O maestro deveria ter sido Kirill Petrenko, o principal maestro da Filarmónica de Berlim, mas teve de cancelar devido a doença e foi substituído pelo japonês Nodoka Okisawai.
O embaixador Melnyk tornou-se uma figura omnipresente em eventos públicos e em ‘talk shows’ de televisão durante esta crise, onde muitas vezes criticou o papel inativo da Alemanha, na sua opinião, contra a Rússia.
LUSA/HN
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