A qualidade e bem-estar organizacional é um tema atual e de grande importância para qualquer gestor. O reconhecimento da influência do bem-estar dos profissionais na sua captação, retenção e crescimento é um elemento cada vez mais presente na gestão de capital humano, em particular num momento em que a velocidade da revolução digital impõe uma elevada volatividade, incerteza, complexidade e ambiguidade (VUCA – V: Volátil; U: Uncertain/Incerto; C: Complexo; A: Ambíguo) e a evolução científica e tecnológica introduzem um certo nível de caos em qualquer organização.
Num contexto de tão grande imprevisibilidade, a captação de talento implica a existência de lideranças dinâmicas e que utilizem metodologias de trabalho ágeis, que permitam atrair pessoas com as características pessoais e profissionais adequadas ao contexto de constante mudança em que se desenvolvem os projetos. Captar pessoas para contextos de grande incerteza, implica encontrar, envolver e treinar de pessoas que se adaptam e inovam, pessoas com orientação para soluções, resilientes e auto-estruturadas.
A pandemia por COVID-19 veio revelar que os contextos não são apenas VUCA, mas que com estes irá coexistir um estado de caos em cada organização. As organizações perceberam que são frágeis, passaram a viver em ansiedade e em urgência, os eventos são muitas vezes não-lineares e muitas das questões não têm respostas óbvias, são incompreensíveis, são contextos BANI (B:Brittle/Frágil; A:Anxious/Ansioso; N: Nonlinear/Não-linear; I:Incomprehensible/Incompreensível) (Cascio, 2020).
Reconhecer as características contextuais das organizações é elemento essencial para gerir a forma como se gere e trabalha o talento destas. Num contexto VUCA e BANI, a capacidade de envolver as pessoas, criar uma cultura colaborativa e de empoderamento torna as organizações mais resistentes e capazes de reagir perante a volatilidade e incerteza. O foco no trabalho colaborativo e o treino de competências sociais de empatia aumentam a capacidade para lidar com a incerteza, a volatilidade e gerir a ansiedade da mudança. A disponibilidade e vontade de inovar, sem se fixar em modelos rígidos, criando condições para a participação dos colaboradores permite responder à não-linearidade dos processos, apoiando a organização na adaptação perante situações de incerteza. O apoio nas tecnologias e no seu desenvolvimento permite lidar com a incompreensão decorrente da complexidade e ambiguidade dos dados de que atualmente se dispõe.
No centro de tudo isto encontramos as pessoas, o elemento preponderante para que as organizações continuem a crescer e a responder a um contexto em permanente mudança.
Um dos principais desafios da atualidade é a retenção do talento, pessoas que buscam projetos apelativos e um crescimento profissional para além de uma excelente relação entre a vida e o trabalho (work-life balance) em ambientes VUCA e BANI, altamente exigentes e consumidores de tempo. Este desafio é transversal a qualquer setor de atividade e leva a uma dificuldade acrescida em reter o talento que acrescenta incerteza às organizações pela sua procura de desafios e de desenvolvimento.
O papel da gestão nestes processos é essencial para garantir a sua fixação, valorização e crescimento, sendo necessárias lideranças transformacionais que permitam acompanhar as mudanças e motivar os talentos a continuar a ser elementos valiosos e valorosos das equipas. As boas práticas de qualidade e bem-estar organizacional são elementos fundamentais para melhorar o work-life balance, permitindo incorporar o conceito de qualidade de vida no trabalho e permitir que este seja uma fonte de bem-estar num contexto em constante mudança.
Participem nos Wellbeing Awards 2022, uma iniciativa desenvolvida pela Associação para a Gestão e Inovação em Saúde (AGIS) e pela Workwell, com o apoio oficial da Aon Portugal, que visa premiar ações e programas desenvolvidos pelas organizações em Portugal que promovem o bem-estar, a saúde e felicidade dos seus colaboradores. As inscrições para as organizações interessadas estão abertas até 15 de abril de 2022.
Referências:
Cascio, J. (2020). “Facing the age of chaos”. Medium. Disponível em: https://medium.com/@cascio/facing-the-age-of-chaos-b00687b1f51d
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