Biden “feliz” com a criação do primeiro sindicato de trabalhadores da Amazon nos EUA

2 de Abril 2022

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está “satisfeito” com a criação do primeiro sindicato de trabalhadores da empresa de tecnologia norte-americana Amazon no país, disse sexta-feira a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

O chefe de Estado democrata, que não perde a oportunidade de elogiar a ação dos sindicatos nos Estados Unidos, está “feliz que os funcionários se certifiquem de serem ouvidos nas decisões importantes” que lhes dizem respeito, declarou.

Os trabalhadores de uma fábrica da Amazon em Nova Iorque votaram a favor da criação do primeiro sindicato da gigante tecnológica, confirmou um dos seus líderes sindicais à imprensa local.

“Trabalhamos, divertimo-nos e fizemos história. Congratulo-me com o primeiro sindicato da Amazon na América [Estados Unidos]”, escreveu no Twitter o líder sindical Christian Smalls.

Após dois dias de contagem dos votos dos funcionários, mais de 50% dos trabalhadores da fábrica JFK8, localizada no distrito de Staten Island (Nova Iorque), votaram a favor da sindicalização, embora os resultados ainda não tenham sido confirmados pelo Conselho Nacional de Relações Laborais, de acordo com vários meios de comunicação locais.

No total, 2.654 funcionários manifestaram-se a favor do sindicato, face aos 2.131 que se mostraram contra.

Após meses de luta, os cerca de 6.000 funcionários de estas instalações adiantaram-se a outros colegas no país, que também se manifestaram contra a gestão da Amazon para exigir melhores condições laborais.

A empresa opôs-se à sindicalização dos seus trabalhadores desde o início, tendo colocado até nas instalações do JFK8 cartazes a pedir aos trabalhadores para votarem “não”.

A Amazon também lançou um ‘site’ na Internet para tentar colocar os funcionários contra ideia da sindicalização, frisando que o sindicato é “um grupo de fora” que representa até “aqueles que não votam”.

Sobre o Sindicato dos Trabalhadores da Amazon, criado por Christian Smalls, que foi demitido em março de 2020, a empresa ressalta que “não tem experiência”, que “nunca negociou um acordo sindical” e que “nunca administrou os milhões de dólares que receberá dos salários” dos funcionários da empresa.

Como outras grandes empresas que se opõem a qualquer tipo de organismo sindical, a Amazon enfatizou que alegadamente é melhor manter uma comunicação direta entre a empresa e o trabalhador do que através de terceiros.

Christian Smalls foi demitido pela gestão por ter organizado uma greve para denunciar a falta de proteção aos trabalhadores após um surto de covid-19, quando trabalhava como supervisor no centro de distribuição.

De acordo com a empresa, Christian Smalls não seguiu os protocolos de segurança ao parecer nas instalações, apesar de ter sido solicitado a se colocar em quarentena após ser exposto ao novo coronavírus SARS-CoV-2.

Paralelamente à fábrica de Staten Island, os trabalhadores de uma instalação em Bessemer (Alabama) também têm vindo a tentar adicionar a sua voz há vários meses.

Numa votação recente, 993 trabalhadores manifestaram-se contra e 875 a favor, mas ainda faltam contar 416 votos, cuja legalidade foi questionada, em alguns casos pela empresa e noutros pelos representantes dos trabalhadores.

LUSA/HN

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