Falando à saída do 24.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, que decorreu na reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado se considera que deve ser aberta uma nova discussão sobre o modelo de gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“O que digo é que, como verão quando lerem o programa, é lá dado um passo, que eu interpretei como um primeiro passo, o que significa que se abre aqui um domínio interessante que é o de saber se, para o futuro, a forma como é gerido o Serviço Nacional de Saúde, como um todo, não requer ajustamentos”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado sublinhou que, no documento do executivo, é “proposto um ajustamento”, havendo “soluções diferentes: a solução inglesa é diferente, há soluções europeias continentais diferentes”.
“É um tema importante, e o programa do Governo aflora esse tema ao falar numa realidade nova”, afirmou.
Antes, discursando na sessão de encerramento do 24.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, que teve como lema “Cenários para 2040 – A medicina no tempo pós-covid”, Rebelo de Sousa considerou que, atualmente, se “abre uma oportunidade única no domínio da saúde”.
“Abre-se uma oportunidade que poderemos ganhar ou perder – veremos isso daqui por uns anos – de um novo começo no domínio da saúde. É uma oportunidade que decorre do período vivido [de pandemia], da análise do período vivido, das lições recolhidas desse período vivido, da participação, do empenho, da solidariedade dos portugueses e da excelência, a vários títulos única, dos médicos e demais profissionais de saúde”, frisou.
Pouco depois de ter ouvido as intervenções do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, o Presidente afirmou que, tanto pelos discursos de ambos, como pela sua leitura do programa do Governo, depreendeu que há efetivamente “uma oportunidade para um novo começo, que não pode ser desperdiçada”.
“Ao ouvir aquilo que foi dito por um e por outro, eu cheguei à conclusão – a que, aliás, já tinha chegado ao ler o programa do Governo – de que, em 80% – não sei se 90%, se 75% – daquilo que integra o programa do Governo, não é difícil encontrar, em termos de diagnóstico e de pistas genéricas de solução, caminho para o diálogo e entendimento”, vincou.
O chefe de Estado referiu assim que há “ideias”, “metas”, “valores” e um “diagnóstico da situação vivida” que a “realidade tem transformado em consensual”.
“Depois há divergências – pode haver divergências – mas há um espaço de diálogo imenso. Há escassez de recursos? Há, e não vale a pena escamotear. E por isso é que é fundamental saber como conjugar o que é preciso fazer no mais imediato, o que é preciso fazer a pensar no longo prazo e como compatibilizar uma coisa e outra”, indicou.
LUSA/HN
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