Mais de 30% das mulheres com obesidade têm dificuldade em engravidar

10 de Abril 2022

O risco de complicações obstétricas é três vezes maior em mulheres obesas. Neste grupo, aumentam para o dobro as taxas de aborto, o risco de morte fetal e os partos prematuros, alerta a médica ginecologista Catarina Godinho.

“Sabe-se hoje que a obesidade está relacionada com a diabetes, síndrome do ovário poliquístico, contribui para irregularidades menstruais, anovulação, aborto espontâneo, hipertensão na gravidez, assim como com alterações do crescimento intrauterino e parto pré-termo. Daí que seja recomendável a perda de peso antes de engravidar”, sublinha Catarina Godinho, especialista em medicina de reprodução na Clínica IVI Lisboa, citada em comunicado de imprensa.

Para melhorar o prognóstico reprodutivo, a médica recomenda que as mulheres engravidem com o peso mais próximo possível do ideal, uma vez que 30 a 40% das mulheres com obesidade têm dificuldade em engravidar. “É possível reverter um quadro de infertilidade se as futuras mães iniciarem um plano de redução de peso e modificarem hábitos alimentares que possam ser prejudiciais. Além do acompanhamento por um ginecologista devem procurar apoio junto de um especialista em nutrição e realizar exercício físico acompanhado por um treinador físico”, explica. E acrescenta que há estudos que demonstram que o exercício moderado, tanto da mulher como do homem, melhora os resultados dos tratamentos de reprodução assistida.

Por outro lado, o excesso de peso e a obesidade não têm apenas tem consequências para as mães, mas também afetam a sua descendência. “O ambiente onde se desenvolve o feto condiciona seu desenvolvimento e a sua vida futura. Os filhos de mães com excesso de peso têm 40% mais probabilidade de vir a sofrer de obesidade e doenças associadas, das quais se destaca a diabetes e problemas cardiovasculares”, alerta.

Na maioria dos países europeus, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 60% dos adultos estão acima do peso ideal ou são obesos. Para diminuir problemas de infertilidade e prevenir as consequências da obesidade e o excesso de peso na gravidez, a médica recomenda mudanças no estilo de vida.

Iniciar um plano de redução de peso e modificar hábitos nutricionais

Deve iniciar a mudança preferencialmente seis meses antes de tentar engravidar de forma natural ou dos tratamentos de reprodução assistida. A médica aconselha que se evitem os alimentos processados e recomenda os alimentos naturais e uma dieta variada, com sementes, grãos, legumes, proteínas animais e/ou vegetais e produtos não refinados, ricos em fibras. Os alimentos mais amigos da fertilidade são os que contêm ácido fólico, ácido docosahexaenóico, vitaminas B, C, D e E, selénio e cálcio.

Fazer exercício físico com o acompanhamento de um especialista

Em conjunto com uma alimentação variada e equilibrada, o exercício físico ajuda a perder peso e traz benefícios cardiovasculares, metabólicos, endócrinos e neurológicos. Também ajuda a reduzir o stress e melhora a qualidade do sono. A perda de peso traz vantagens não só para a mulher, que está a preparar o seu corpo para gerar uma vida, como para os homens, uma vez que o excesso de peso e a obesidade masculina diminuem a qualidade do esperma e, consequentemente, a fertilidade.

Adotar um estilo de vida menos sedentário

Pode ser simplesmente criar o hábito de ver um filme no cinema, fazer pequenos passeios ou andar de bicicleta. Também pode preparar uma refeição e fazer um piquenique num jardim ou no campo. Relaxar física e mentalmente é importante.

PR/HN/Rita Antunes

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