Fundação Portuguesa do Pulmão junta-se ao alerta da OMS para a importância das vacinas na prevenção e proteção de doenças

21 de Abril 2022

Para assinalar a Semana Europeia da Vacinação, a Organização Mundial da Saúde escolheu como mote a importância das vacinas na proteção de pessoas de todas as idades e origens contra doenças evitáveis ​​por imunização, lembrando o impacto histórico das vacinas.

Em linha com o posicionamento da OMS, a Fundação Portuguesa do Pulmão sublinha que devemos apostar na prevenção ao longo da vida. Defende, uma vez mais, a eficácia e a segurança das vacinas, reforçando o apelo à vacinação antipneumocócica – continua a ser a melhor forma de prevenir doenças respiratórias graves como a pneumonia.

As doenças respiratórias são uma das principais causas de morbilidade e mortalidade no nosso país. Embora a grande maioria seja prevenível através de vacinação, mantêm a sua prevalência, ano após ano. Segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em Portugal morrem, diariamente, 36 pessoas com doenças respiratórias. 16 são causadas por pneumonia.

Transversal à sociedade, a pneumonia pode ser contraída em qualquer lado e em qualquer altura do ano, e pode atingir todas as idades e classes sociais. Deve, por isso, ser prevenida ao longo da vida, posição há muito defendida por entidades como a Fundação Portuguesa do Pulmão. Uma mensagem em linha com o mote deste ano da Organização Mundial da Saúde para assinalar a Semana Europeia da Vacinação: a importância das vacinas na proteção de pessoas de todas as idades e origens contra doenças evitáveis por imunização.

A vacinação é considerada o maior avanço da medicina moderna e uma das formas mais seguras, mais eficazes e menos dispendiosas de prevenir doenças infeciosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ao vacinarmo-nos evitamos quatro mortes por minuto, o equivalente a 5.760 mortes por dia em todo o mundo.

A vacinação pode prevenir doenças tão distintas como difteria, sarampo, poliomielite, rotavírus, pneumonia, meningite, diarreia, rubéola ou tétano. Para além de reforçar o sistema imunitário e a saúde individual (reduz a carga da doença e a contribui para o aumento da esperança média de vida), o recurso à imunização beneficia a saúde pública e a contribui para a redução do número de internamentos e de mortes em todo o mundo.

No caso da pneumonia, a vacina antipneumocócica é recomendada pela Direção-Geral da Saúde e já está em PNV para as crianças e para os grupos considerados de maior risco, mas a sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias. Para os adultos, basta uma dose.

Registam-se casos de pneumonia ao longo de todo o ano e por isso a chegada do calor não nos pode fazer baixar a guarda. Mais do que tratar uma pneumonia, devemos preveni-la, e podemos fazê-lo a qualquer momento, especialmente se pertencermos aos grupos de risco.

Quem teve COVID-19 grave e adultos com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC e outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais, deve ser vacinado.

 “Se dúvidas houvesse, a pandemia mostrou-nos a importância da prevenção, sobretudo entre os grupos de risco”, explica José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão. “É, por exemplo, o caso dos doentes crónicos e de quem esteve infetado com COVID-19 grave. Têm uma probabilidade de contrair novas infeções respiratórias bastante superior. Para quê arriscar?”, conclui.

 

COVID-19 e outras infecções respiratórias

Estudos recentes revelaram que 30% a 50% dos adultos com diagnóstico de COVID-19 grave podem desenvolver anomalias pulmonares persistentes, após a doença aguda. Nos Países Baixos e na Andaluzia, as autoridades de saúde já apostam na imunização para tornar o organismo mais robusto contra as infecções respiratórias. Recomendam, por isso, a vacinação antipneumocócica a doentes hospitalizados por COVID-19, com evidência de disfunção pulmonar.

PR/HN

 

 

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